Marrocos: tudo o que tens de saber antes de ir



    2019 tem sido um ano cheio de experiências incríveis ao nível das viagens! Em maio fiz um roteiro de 8 dias pelos Balcãs, que considerei ser a grande viagem do ano, e pensei que seria difícil superar o que estes destinos me deram: paisagens impressionantes, uma cultura e história muito próprias e uma vontade gigante de explorar o que ficou por ver. Depois veio Marrocos e rebentou a escala de todas as expectativas!
    Já sabia que ia gostar. Gosto de todos os sítios por onde passo, cada um tem a sua essência e é bonito à sua maneira, mas se me dissessem que ia gostar tanto de Marrocos e que me ia marcar desta maneira, provavelmente não acreditava.

    Toda esta viagem surgiu num contexto completamente diferente. Não fui só eu com o meu namorado com acontece a larga maioria das vezes, também não fui com um grupinho de amigos ou com família como costuma acontecer. Fui sim, com um grupo de 68pessoas!
    Para contextualizar, tinha conhecimento desta agência e deste roteiro fantástico e já tinha decidido que o queria fazer. Entretanto, por achar tão interessante, é que decidi propor e organizar o meu próprio grupo, de forma a dinamizar o blog e ter uma atividade diferente.
    Tínhamos todo o roteiro definido, horários a cumprir e sítios marcados para ver. Geralmente gosto de ter liberdade para ser eu a decidir isso, mas não tinha como não achar o programa fascinante e, por outro lado, não há como experimentar novos conceitos.
    Embarquei nesta aventura com a mente o mais aberta possível. Uma coisa é ver as fotografias dos outros e ler os seus roteiros, mas nunca sabemos como vai ser a nossa perceção sobre a realidade que vamos encontrar. Mais do que isso, viajar com tantas pessoas, tão diferentes, sem conhecer a grande maioria delas e por tantos dias, é bom levar na consciência que algo pode correr mal. Não tinha medo nem receio, mas ia preparada para que não fosse corresponder às expectativas que, logicamente, vamos ganhando sobre um sítio novo. Felizmente correu tudo bem. Tudo demasiado bem até!  Mas esta parte pessoal falo mais abaixo.
    Portanto, como o roteiro já estava previamente delineado, as sugestões que vou dar vão ser um pouco diferentes das habituais, o que espero que sirva igualmente para te ajudar na preparação da tua viagem :)

O que visitar

    Nós conhecemos 15 cidades/localidades de Marrocos. É muuita fruta!! Isto deu para ter uma perspetiva muito interessante sobre todo o país, sendo possível ver as diferenças culturais dos meios maiores para os mais pequenos, a mudança das cores e das características geográficas. Na verdade, isto é que é realmente conhecer um país. Sou sincera, se tivesse apenas visitado Marraquexe, não ficava com a ideia certa sobre o que é Marrocos. Por isso aconselho-te, se tiveres oportunidade, vai a mais. Tens muito para explorar!
    Durante os 10 dias visitei:



    Como é percetível, foi uma grande volta! Num outro artigo vou falar sobre cada um e o melhor que tens para ver e fazer. Aqui ficam algumas ideias úteis para planeares a tua viagem :)

Gastronomia

    É certo e sabido que os marroquinos utilizam muitas especiarias na comida. Prepara-te para isso, é muito provável que sintas algumas diferenças e sabores mais intensos. Nos primeiros dois dias tudo me sabia ao mesmo e acabava por nem saber se estava a gostar ou não do que estava a comer.
    Sou de “boa boca”. Geralmente gosto de tudo e gosto muito de experimentar coisas novas. Ultrapassada a questão das especiarias, conclui que gostei muito da comida!

Tajine

   Este é o “prato” mais típico. Digo “prato” (entre aspas) porque tajine não é, nada mais nada menos, do que o objeto onde é feito. Comparando, é uma espécie de caçarola, mas com uma tampa em forma de cone. Chama-se tajine ao que é cozinhado no tajine. No entanto, este pode ser muito variado: de frango, vaca ou cordeiro. 



     A carne é como se fosse guisada. Depois claro, cada cozinheiro adiciona os seus ingredientes e, de tantos que comi, nenhum soube igual ao outro. Também pode ser servido com acompanhamento (couscous ou batata) ou então com salada.



Couscous

     Couscous é um prato muito tradicional em Marrocos. Pode ser servido como acompanhamento, como disse com o tajine, como com outro tipo de carne ou legumes.


Espetada de frango

     O nome não é “espetada de frango”, mas não registei e não me recordo. Seja como for, é isso o que é: uma espetada de frango. Para os que não gostam tanto de arriscar, talvez esta seja uma boa opção para começar. É muito possível que tenha umas especiarias, mas certamente que continua a ser dos pratos mais básicos.



Salada marroquina

  
  É muito comum que a salada marroquina, composta por tomate e pepino, seja servida como acompanhamento. Também chegou a acontecer servirem em primeiro lugar a salada e, só depois de terminada, é que serviram a carne. Para nós não faz muito sentido comer apenas carne, mas para eles é normal ser assim. Se te servirem desta maneira o que podes fazer é guardar um bocadinho de salada para depois :P



Figo da Índia

     Sem dúvida que é o fruto mais tradicional de Marrocos. Vais encontrar isto em todos os sítios e em todas as esquinas. Aparentemente também é comum em algumas regiões de Portugal e na Madeira, mas para ser sincera nunca tinha provado. Logo no primeiro dia, em Chefchaouen, fiz questão de comer e fiquei fã à primeira dentada. Para quem não conhece, é o fruto de um tipo de cato. Tem espinhos, por isso é que quando vais comprar é o vendedor que o abre e tu apenas retiras a parte comestível, tal como está na fotografia. É bastante doce e muito sumarento, como o melão. Quanto à textura, assemelha-se ao pepino e tem umas grainhas como o maracujá. Quanto ao sabor, é delicioso e muito peculiar! Não penses que é uma mistura do que acabei de descrever, nada a ver.


Sumos naturais

     Na maioria das cidades vais encontrar diversas barraquinhas com venda de sumos naturais. Não têm absolutamente nada de diferente, as frutas são precisamente as mesmas que as nossas, mas o preço é bastante mais baixo. Em Chefchauoen por um sumo de manga e laranja de meio litro paguei 1.20€, o pequeno eram 0.70€. Ainda assim, não te iludas. Os preços não são iguais em todo o lado.



Chá de menta

     
    O chá é uma bebida muito apreciada pelos marroquinos, especialmente o de menta. Têm uma forma muito peculiar e tradicional de o servir, sendo que afastam o bule do copo (na fotografia só ficou registado o início do movimento). Prova este chá, é mesmo muito bom! Este foi tomado num acampamento berbere, em pleno deserto do Sahara. Estavam 47ºC e o chá estava a ferver! Pode parecer estranho, mas ajudou bastante a hidratar :) 




Pão

     O pão marroquino, tal como também já tinha comido no Egito, é divinal! É completamente diferente do nosso. Tem uma forma redonda como se fosse a base de uma pizza, com massa alta e muito fofa. É bastante saciante e muito barato, custa cerca de 0.20€ cada um.



Comida europeia

     Percebo que nem todas as pessoas são iguais e têm os mesmos gostos. Algumas têm muita dificuldade em se adaptar a diferentes comidas. Se for o teu caso, não te preocupes, em Marrocos não vais passar fome. Devido à proximidade com a Europa e à grande afluência de turistas, vais encontrar muitos restaurantes com comida europeia, sobretudo italiana.
     Quanto a este ponto tenho algo a dizer... É que andei 8 dias seguidos a comer comida marroquina, sem nenhuma restrição ou preocupação mas, no último dia, não tivemos muita paciência para escolher o restaurante e ficámos no primeiro que apareceu. Servia sobretudo italiano e quase todos comemos pizza. Pois bem, foi a única coisa que me deixou mal disposta em toda a viagem. Estive muito perto de vomitar à conta disso.
     No entanto, isto serve para dizer que vais encontrar algo que te agrade fora dos pratos tradicionais.




Recomendações:

     Sabemos que quando vamos para fora, especialmente da Europa, devemos ter alguns cuidados relativamente ao que comemos. Tal como disse, quanto a isso não fui muito cautelosa e comi tudo sem qualquer restrição. Não comi comida de rua, mas foi um pouco porque não calhou. Almoçávamos tarde e isso fazia com que não tivesse fome até ao jantar. Obviamente se fosse comer, não ia escolher a barraquinha cheia de moscas, há que ver as opções.
     No entanto, tive bastante atenção em relação à água. Apenas bebi água engarrafada e isso recomendo mesmo que o faças! Há água à venda em todos os sítios. Se não comprares num supermercado, apenas tens de te certificar que está lacrada e pronto, tudo bem.
    Curiosamente, a água lá não tem um sabor muito diferente, é muito semelhante à nossa.
    Se não deves beber água da torneira, também não deves consumir bebidas com gelo.

Bebidas alcoólicas:

     Não faz, de todo, parte das tradições gastronómicas. Os marroquinos não bebem álcool devido à prática da religião muçulmana e, por isso, também são raros os sítios onde se vendem. Acho interessante abordar esta parte porque nós, portugueses que gostamos tanto de uma cervejinha, não vamos ver muitas por lá :P
     Durante toda a viagem apenas encontrámos um bar em Fés onde se vendiam bebidas alcoólicas. O preço foi de 3.50€ por uma cerveja de meio litro.
     Ao lado dos supermercados há uma secção com venda de bebidas, mas só podem ser compradas até às 19h. Apenas tentei entrar numa e já estava fechada, por isso não consegui comparar preços.

Língua

     A língua oficial em Marrocos é o árabe e o berbere. No entanto, esta é mais uma coisa com que podes ficar descansado. Os marroquinos têm uma capacidade fantástica de falar línguas. Todos falam inglês e espanhol. Sim, espanhol na perfeição! Quanto ao português, a palavra preferida deles é “batata frita”. Não faço ideia porquê, mas sempre que alguém percebia que éramos portugueses ou quando pedíamos para tirar uma foto, gritavam “batata frita”. Acho que foi o primeiro sítio em que “Cristiano Ronaldo” não era forma de abordagem.


Moeda

     A moeda oficial é o dirham marroquino. Convertendo para euros, 1€ são cerca de 10.5 dirham. Na rua o valor é arredondado, portando acaba por ficar 1€ = 10 dirham; 5€ = 50 dirham; 12€ = 120 dihram...

Cambiar ou levantar dinheiro

     Pela primeira vez utilizei o cartão Revolut e fiquei bastante satisfeita. Ainda não vou fazer um artigo sobre as suas funcionalidades porque quero testá-lo em mais um país para poder comparar as suas vantagens. No meu caso foi-me cobrada uma taxa de 3€ por cada levantamento (taxa essa aplicada pelo banco, não pelo cartão!). Os meus companheiros de viagem que fizeram câmbio no local acabaram por perder 4€, independentemente do valor trocado.
     Como andámos por vários sítios, os valores da taxa de câmbio também se iam alterando, mas pela perceção que tive nenhum ficou abaixo do valor que paguei com o levantamento através do Revolut, por isso aconselho o uso deste cartão.
     Independentemente da opção, o melhor é levantar ou cambiar em maior quantidade em vez de fazer levantamentos constantes de pequenos montantes.

Onde cambiar

     A primeira recomendação é que nunca deves trocar dinheiro no aeroporto, geralmente é onde aplicam as taxas mais altas. Independentemente da cidade para onde fores, vais encontrar muitas casas de câmbio, assim como ATM’s ou terminais multibanco. Isso não é mesmo um problema.  

Pagar com euros

     Podes pagar com euros em toooodo o lado! Independentemente da cidade, se é um meio maior ou mais pequeno, se é num restaurante ou numa barraquinha, todos aceitam euros. O que acontece é que recebes o troco em dirham.
     No primeiro dia como ainda não tinha tido oportunidade de levantar, fiz os primeiros pagamentos com euros, assim como no último dia para não ficar com dinheiro a mais.
Ainda que seja aceite, deves utilizar dinheiro local.

Custo de vida

     Surpreendentemente para mim e contrariamente ao que se diz, o custo de vida é mais caro do que estava à espera. Marrocos não é assim tão barato e quando se fala em regatear, nada fica ao preço da chuva.
     Em quase todas as cidades há possibilidade de comer uma refeição mais básica por cerca de 5€, isto falando de kebabs, wraps, hambúrgueres e até alguma comida local. Nos restaurantes varia entre os 5€ e os 8€. Nas cidades maiores onde há McDonald’s, o preço dos menus fica em média pelos 6€ - este é um sítio que gosto sempre de comparar. No supermercado produtos alimentares como massa, arroz, cereais e fruta são ligeiramente mais caros do que em Portugal, apenas os refrigerantes achei mais baratos.
     Com isto quer dizer que uma refeição para nós a cerca de 5€ é um bom preço. No entanto, para os locais são valores que acredito que considerem caros.
     As medinas e os mercados são sítios incríveis para quem quer fazer umas comprinhas. É de perder a cabeça e apetece comprar tudo! É tradição por parte dos marroquinos regatear e negociar o melhor preço, que é precisamente o que deves fazer sem desistir do valor que achas justo ou o que estás disposto a pagar. Certamente vais encontrar ímans ou porta-chaves a 2€, mas sabes que na verdade vale 1€, então faz a tua proposta. Estou a relacionar isto com o custo de vida porque os recuerdos não têm um valor mais baixo do que encontramos em qualquer cidade europeia. É precisamente o mesmo preço!
     Conclusão: sim, achei Marrocos mais caro do que estava à espera.

Transportes

Como ir para Marrocos:


    Eu parti de Lisboa de autocarro e foi assim que fizemos todo o trajeto por Marrocos.  Parece uma ideia terrível, mas na verdade não custou metade do que estás a imaginar.
    Há muita gente que parte numa aventura de carro ou mota e faz a travessia do Mediterrâneo por ferry, tal como nós fizemos.
     Por outro lado, podes sempre optar pela forma mais convencional e ir de avião. A partir de Portugal a opção mais económica é pela Ryanair com saída do Porto para Marraquexe. A TAP tem voos para Marraquexe, Casablanca, Fés e Tânger com saída de Lisboa, Porto e Faro.

Como me deslocar

    Se quiseres fazer um roteiro completo como o meu, deves estudar bem as alternativas de transportes públicos ou equacionar fazer algumas tours de umas cidades para outras.
    Se apenas te quiseres deslocar dentro das cidades, essa parte é mais simples. O bilhete de autocarro custa cerca de 0.50€, mas apesar de tentarem enganar um bocadinho os turistas, andar de táxi é a melhor opção.
     Andei por diversas vezes e a primeira viagem, em Fés, custou 0.90€ por cerca de 5km para três pessoas. Foi o único táxi onde andei que tinha taxímetro, portanto acabámos por negociar sempre o preço antes de a viagem acontecer. Outros trajetos ficaram por 1.50€ e noutras vezes pagámos 5€/6€ por seis pessoas. Aqui foi onde achei que mais nos tentam enganar enquanto turistas, especialmente depois das seis da tarde que é quando começam a praticar uma tarifa mais elevada.    

Onde ficar

     Como referi, o alojamento já estava incluído no programa e, portanto, não tive que me preocupar com pesquisas e comparação de preços (como é habitual). Ficámos em hotéis de 3* e, se essa for uma preocupação para ti, já que é um país fora da Europa, tenho a dizer que não há diferença absolutamente nenhuma e que podes confiar. Ficámos muito bem instalados em todas as cidades, três dos hotéis até tinham piscina.


   
  Sugiro que fiques alojado num riad. Um riad é uma casa tipicamente marroquina, que no centro tem um jardim ou uma piscina. A arquitetura é sempre muito bonita e não deixa de ser uma experiência a ter.


     Tão importante como ir a Roma e ver o Papa, é ir a Marrocos e dormir no deserto. Tenho a certeza que as tuas expectativas vão ser superadas e que é algo que te vai marcar muito! Pesquisa bem como podes fazer isto. Sei que algumas empresas praticam preços mesmo muito elevados (quase tanto como eu paguei pelo valor total da viagem, que foram 289€), mas também há outras que fazem preços mais em conta. Isso também depende do tipo de acampamento, ou seja, se é considerado de luxo, ou se é uma "tenda" normal. Este abaixo era o meu quarto e tenho a dizer que fiquei maravilhada! Também não preciso mais do que isto :) 





Indumentária

     Como rapariga que sou, a visitar um país muçulmano, é natural que tenha tido alguma preocupação em relação ao que iria vestir. A minha experiência no Egito não foi muito feliz, por isso aqui optei por levar roupa de todo o tipo e, depois de analisar, usar algumas peças mais “descobertas” como calções.
     Os marroquinos são bastante liberais em relação aos turistas. No entanto, não deixo de dizer que há que ter alguma atenção com decotes mais evidentes ou saias mais curtas. As recomendações que nos deram foram precisamente essas e não houve nenhum problema em parte alguma. O único sítio onde tens mesmo de cumprir algumas regras é na Mesquita Hassan II, em Casablanca, sendo esta a única mesquita que é permitida a entrada a não muçulmanos, todas as outras são exclusivas para praticantes desta religião. A exigência para as raparigas passava por ter os ombros cobertos e, no caso de usarem saia, que esta fosse abaixo do joelho.




Telefone e Internet

     Hoje em dia uma das preocupações que temos quando viajamos é, sem dúvida, como vamos conseguir manter-nos em contacto com o mundo. Eu comprei um cartão de dados por 3€, numa espécie de loja de conveniência, e fiz um carregamento de 5 gigas por 5€ (cada giga custava 1€) numa loja de informática, mesmo ao lado da primeira. Dividi os dados com o meu namorado e foi suficiente para toda a viagem. Gastámos os últimos cartuxos já quando estávamos no porto para embarcar no ferry. A maioria dos meus companheiros de viagem também optou por partilhar entre duas ou três pessoas. Claro que os teus gastos vão depender da tua utilização, eu apenas usava durante as viagens e ao final do dia. 
     É muito fácil encontrar sítios onde podes comprar o teu cartão. Geralmente têm um cartaz ou uma imagem a identificar o sítios.

Melhor altura para visitar

     Fiz esta viagem no final de setembro e apanhei imenso calor! No deserto o termómetro chegou a marcar 47ºC e isso foi até ao que estive atenta! Todas as cidades rondavam os 30ºC, com uma sensação térmica superior. Apenas na última noite, em Asilah, é que usei um casaco (bem fininho) porque estávamos junto ao mar. 
     Pelo que a população foi dizendo, há cidades que no inverno são muito frias. Por isso, talvez a altura ideal seja entre março e junho e depois do meio de setembro até novembro. Não me parece, de todo, que julho e agosto sejam uma boa opção. Deve fazer-se sentir um calor infernal!

Segurança

     Muito se ouve falar que é um país onde os homens cobiçam mais as raparigas, que podem ser mais evasivos ao nível do toque ou até mais conservadores. Não achei nada disso. As cidades que conheci mais tempo e que são maiores, como Fés e Marraquexe, são perfeitamente seguras para ir a pares, em pequenos grupos e, eventualmente, até sozinho. Fiz esse teste e imaginei-me sozinha em diversas situações e constatei que não é assim tão diferente de algumas cidades europeias.
    Os cuidados que deves ter aqui, são precisamente os mesmos que deves ter em qualquer parte, tal como no teu país.

Documentos necessários

     Para os portugueses entrarem em Marrocos é necessário passaporte com validade superior a seis meses, no caso de ires de avião. 




     Se fizeres a travessia de ferry, tens de apresentar de igual forma o passaporte e preencher este formulário. 




     Como a viagem é para fora da Europa e já sabemos que alguns países, como o caso de Marrocos, têm sistemas de saúde deficitários, ter um seguro de viagem pode ser uma mais-valia. Esta opção fica sempre ao critério de cada um e percebo que possa trazer alguma indecisão entre fazer e não fazer. Já há algum tempo que não saia da Europa e a minha viagem já tinha seguro incluido, portanto nem sequer foi um dilema. 

Pessoas

     As pessoas fazem os sítios e isso não há dúvida nenhuma! Muito da experiência positiva que tive em Marrocos deve-se ao facto de me ter cruzado com pessoas tão atenciosas. Sinceramente, não esperava isso. Estava a contar com um povo mais distante, menos paciente e menos predisposto a ajudar. São pessoas muito generosas, com um grande sentido de preocupação pelo outro e de tentar agradar até. Marrocos vive muito do turismo e é importante para eles que os turistas se sintam bem recibos e que voltem.
     Aconteceram vários episódios que me deixaram com estas certezas, mas há um que tenho mesmo de partilhar. Uma rapariga que viajava no meu grupo foi com as duas amigas de táxi até à medina, no centro de Marraquexe, e deixou o telemóvel esquecido no banco. Numa situação destas, qualquer um dá como perdido e esquece o assunto. Centenas de táxis numa cidade de um país que não é o teu, que vais fazer? Nada... Acontece que, por desabafo, ela contou a história a um vendedor de uma lojinha onde estava a comprar umas lembranças e ele imediatamente liga para a polícia a explicar o sucedido. A polícia ligou para a central de táxis, fez saber onde estava o telemóvel, combinou um ponto de encontro com o taxista para o entregar e, no meio disto tudo, foi ter com as raparigas e estiveram com elas todo o tempo até terem o telemóvel de volta. Diz-me se não é de ficar de queixo caído com esta atitude! Só tenho coisas boas a dizer dos marroquinos :)




A minha experiência

     Marrocos foi o 24º país que conheci. Estava na minha lista há bastante tempo, mas no último ano ganhei um interesse maior em o explorar e nunca, mas nunca me passou pela cabeça que esta se fosse tornar numa das melhores viagens que já fiz. Foi uma experiência recheada de coisas demasiado boas! 




     Em primeiro lugar, o facto de ir em grupo com tantas pessoas desconhecidas e tão diferentes, tornou tudo muito mais intenso. Foram 10 dias com um sentimento de partilha e descoberta extraordinários. Como disse inicialmente, ires para uma viagem destas com 68 pessoas, há uma probabilidade muito grande de alguma coisa correr mal. Por outro lado, quando essas 68 pessoas estão dispostas a viver uma experiência destas com a mesma vontade que tu, então tem tudo para correr bem! E correu :)



     O país é fantástico! De norte a sul, das cidades maiores para as mais pequenas, da zona do deserto para o litoral onde há praia, é do caraças! Sinto que vi muito, mas sinto que há muito mais para ver ainda. Tem uma cultura muito vincada, é um país com História, uma arquitetura lindíssima com portas e edifícios de azulejos trabalhados à mão. A gastronomia é muito boa. As pessoas são muito simpáticas e prestáveis. Se fosse eu que estivesse a ler isto e estivesse com dúvidas, já estava mais do que convencida que tinha de ir. Tipo, já!
     Há várias coisas que me vão ficar sempre na memória, mas ver o nascer do sol no deserto despertou-me uma sensação completamente indiscritível e, como já disse, espero nunca a esquecer! Vivi 10 dias de pura felicidade. Com isto não quero dizer que vás sentir o mesmo que eu, mas acredita que se for só metade, vais ficar muito feliz :)
    Já fiz várias viagens de grupo, sendo que com este conceito de ter um roteiro e horários a cumprir durante tantos dias, foi a primeira. Já referi que gosto de ser eu a fazer os meus planos e que não gosto muito de me prender pelos outros, mas nunca me senti limitada para o que quer que fosse. Acho que foi tudo muito bem pensado e estruturado e que, de outra forma, não tinha conhecido metade. O importante é ter a mente aberta e estar disponível para novas aventuras. Se ainda não o fizeste, experimenta viajar em grupo. Se não gostares, não o voltas a fazer. Eu espero fazer mais assim, até porque a minha “família” (nome que ficou do grupo com que criei laços mais fortes) está preparadíssima e cheia de vontade de uma nova aventura :P





     Também gostavas de fazer uma viagem assim? Fala comigo através do Facebook ou do Instagram para mais informações :D 


Outros artigos relacionados:





Comentários