Copenhaga em 2 dias - Roteiro
Esta viagem começou dois meses antes da data de partida quando o meu voo foi cancelado. O destino era Estocolmo, a última viagem do ano 2019 para ver os mercadinhos de natal, mas com trocas e baldrocas acabei em Colmar e Copenhaga. A Dinamarca estava na minha lista de próximos destinos, portanto a alteração não foi dramática, apesar de chata. Infelizmente estas coisas acontecem, só temos de tirar o melhor partido delas.
Uma das coisas que me deixou mais reticente é que ia ficar apenas 48h nesta cidade e isso sabia a pouco… Não tendo alternativa e, para grandes males, grandes remédios, tentei fazer um roteiro com os pontos mais importantes, tendo em conta que o dia, nesta altura do ano, termina cedo. Realmente merecia mais tempo, mas fiquei muito satisfeita com tudo o que vi e sobretudo com o que vivi esta cidade é fantástica e em momento algum desejei mais estar em Estocolmo do que estar aqui. Copenhaga é dos pouquíssimos sítios onde me conseguia imaginar a viver e isso diz tudo :)
O que visitar
Tivoli Gardens
Este é o segundo parque de diversões mais antigo do mundo. Abriu portas em agosto de 1843, sendo que o primeiro é o de Bakken, também ele dinamarquês. O Tivoli é das principais atrações de Copenhaga e recebe por ano mais de 4 milhões de visitantes.
Uma vez que tinha o tempo contado, não entrei. Parece-me injusto andar a correr neste tipo de espaços, por isso ficará certamente para uma próxima.
O bilhete custa 135DKK, cerca de 18€. No entanto, todas as atividades são pagas à parte. A maioria ronda os 4€ por um bilhete único ou por dois. Acede ao site oficial para veres os preços atualizados.
City Hall Square
É uma das principais praças da cidade, onde se encontra a Rådhuspladsen (Câmara Municipal) e uma estátua de Hans Christian Anderson, o famoso escritor de contos infantis como “O Patinho Feio”, “A Princesa e a Ervilha”, “A Vendedora de Fósforos”, “O Soldadinho de Chumbo”, “A Polegarzinha” e a “Pequena Sereia”, tornando-se esta última uma das imagens de marca da cidade pela construção, também de uma estátua, em homenagem ao célebre escritor.
Aqui ficam vários serviços e muitos hotéis e restaurantes. Conta com uma zona movimentada e cheia de vida.
A título de curiosidade, no topo de um dos edifícios desta praça, há uma estátua que de um dos lados tem uma mulher a andar de bicicleta e do outro um homem com um guarda-chuva. O que estiver do lado de fora, ou seja, visível, dita o estado do tempo para esse dia. Nesta manhã ambos estavam lado a lado, o que se veio a confirmar: chuva com períodos de abertas. Também tem um termómetro e pelas 11h marcava um mísero grau!
Nygade Stroget
A Nygade Stroget é a principal avenida da cidade. Aqui encontram-se duas praças: a Gammeltorv (a mais antiga) e a Nytorv (a nova). É a zona mais comercial, onde se concentram a maioria das lojas e por isso também a mais movimentada.
Como fui na altura do natal estava decorada a rigor e sem dúvida que isso lhe deu ainda mais beleza e interesse :)
Loja da Lego
Não é tão grande quanto pensava, mas acredito que seja de perder a cabeça para quem é colecionador. Há todo o tipo de peças e todo o tipo de Legos. Também é tudo extremamente caro! Um simples porta-chaves de uma peça custava cerca de 15€. Esta loja fica na Nytorv.
Palácio de Christiansborg
O Palácio de Christiansborg fica mesmo no centro da cidade, na ilha de Slotshomen, e conta com mais de 800 anos de História. Foi aqui que, até 1794, viveu a família real dinamarquesa. No entanto, neste ano, devido a um grave incêndio, tiveram de se mudar para o Palácio de Amelienborg, onde vivem até aos dias de hoje.
A cidade de Copenhaga foi assolada e parcialmente destruída por vários incêndios, daí as suas construções serem todas relativamente recentes e pouco restar das antigas. O Palácio de Christiansborg é disso vítima e exemplo. Depois de ser consumido pelas chamas em 1794, foi reconstruído, mas novamente fustigado por outro incêndio em 1884. Daí resultou uma nova reconstrução e assim permanece, felizmente, até hoje. Esta última intervenção resultou na recuperação das ruínas do Castelo de Absalão, aquela que foi a primeira estrutura aqui construída, ainda no século XII. Estas ruínas podem hoje ser visitadas, a par de algumas salas reais, a capela interna, a cozinha e os estábulos reais. Devido às sucessivas reconstruções, o palácio tem três estilos arquitetónicos diferentes e, como forma de as assinalar, existem na parte frontal três coroas que representam cada uma delas.
Atualmente, este é o único edifício do mundo que abriga os três poderes (executivo, legislativo e judicial) num mesmo local: é a sede do parlamento dinamarquês, o escritório do primeiro-ministro e o Supremo Tribunal da Dinamarca. Em casos específicos, como eventos ou encontros de Estado, a família real ainda usa algumas partes do palácio.
Cheguei a meio da manhã e tive oportunidade de ver o treino dos cavalos. Não visitei o interior por falta de tempo, ainda assim, considero a entrada cara uma vez que cada parte requer um bilhete. Para veres os valores detalhados consulta o site oficial.
Torre de Christiansborg
Aberta ao público em 2014, considera-se que é a partir do topo da Torre de Christiansborg que se tem a melhor vista panorâmica de toda a cidade e dos edifícios circundantes. Só isso já é motivo suficiente para a visita, mas ainda tem retratos e informação de como era Copenhaga antes dos incêndios.
Pode ser visitada de forma gratuita entre terça-feira e sábado, das 11h às 21h, e ao domingo apenas até às 17h30. Infelizmente, quando a tentei visitar já estava a fechar e não consegui entrar. Fiquei realmente com muita pena!
Havnebadet Islands Brygge
Bem, acontece. Queria ir até Nyhavn, que fica a 850m (cerca de 10 minutos a pé) do Palácio de Christiansborg, mas segui quase um quilómetro e meio no sentido completamente oposto... Uma vez que tinha passado a ponte pedonal, aproveitei para ver um pouco deste lado da margem. Eis que começo a observar pessoas a mergulhar para um conjunto de piscinas e depois a entrar num género de contentores transformados em saunas. Era dezembro, fazia um frio jeitoso e estes malucos andavam a dar mergulhos!!
Esta é uma prática comum nos países nórdicos. Não consegui perceber qual o preço ou sequer como funciona. Confesso que naquele dia não estava inspirada a experimentar (fiquei a bater o dente só de imaginar!), mas numa próxima... Quem sabe :P
Já quando estava a regressar para o centro da cidade vi um rapaz a atirar-se ao canal! Os termómetros marcavam 3oc, mas seguramente que a sensação térmica ficava abaixo disso. Depois de umas braçadas voltou ao paredão e fez questão de mostrar (literalmente tudo, porque estava nu) que aqui não há pudores.
Nyhavn
Copenhaga tem dois cartões postais e Nyhavn é um deles.
Este canal foi mandado construir pelo rei Cristiano V em meados do século XVII para servir como porta de entrada direta dos barcos para a cidade. Esta zona, nessa altura, era maioritariamente frequentada por marinheiros que passavam meses no mar e vinham à procura de mulheres e tabernas. Assim, eram vários os bordéis aqui existentes.
Com todas as casinhas coloridas e os barcos ancorados, esta é atualmente uma das zonas mais encantadoras e charmosas da cidade. O ambiente que se vive aqui é maravilhoso e rapidamente se tornou a minha parte preferida de Copenhaga.
Aqui podes ter a experiência de fazer um passeio de barco pelos diversos canais. O cruzeiro de uma hora custa cerca de 7€ (50 DKK), o que considero um preço bastante simpático. Decidi que o faria no dia seguinte à tarde se tivesse tempo. Não aconteceu, por isso, será garantidamente a primeira atividade a fazer quando um dia regressar a esta cidade, que certamente vai acontecer.
Nyhavn é composta por bares, esplanadas e restaurantes, pelo que pode ser uma boa aposta para uma refeição ou uma bebida ao final da tarde. Os preços são transversais a todas as carteiras, basta estares atento e fazeres uma boa escolha. Foi aqui o local do meu primeiro almoço: um cachorro quente de uma roulotte por 4€. Era simples, mas muuuito bom!
Mais uma vez, o facto de ser dezembro e se estar a aproximar o natal, fez com que encontrasse aqui um mercadinho e tivesse dado ainda mais vida e ambiente a esta parte tão interessante da cidade!
A título de curiosidade, no início da rua, está uma grande âncora em homenagem aos mais de 1700 militares dinamarqueses que morreram ao defender a cidade dos alemães durante a 2ª Guerra Mundial.
Pequena Sereia
A estátua da Pequena Sereia é o segundo cartão postal de Copenhaga. Foi construída em homenagem a Hans Christian Anderson, o célebre escritor já mencionado acima. Certamente que já não é novidade para uns, mas pode certamente ser uma surpresa para outros, o seu tamanho é consideravelmente mais pequeno do que possas imaginar… A estátua tem apenas 125 centímetros! É verdade que o tamanho não importa nada, porque achei que era realmente muito engraçada :) É feita de bronze e pesa 180kg. Se queres saber um pouco mais sobre ela, posso adiantar que já foi vandalizada por diversas vezes e que esta não é a cabeça original, pois foi partida e continua em parte incerta.
A Pequena Sereia fica a cerca de 2.5km do centro da cidade, junto a um porto. Sinceramente, a paisagem circundante não me fascinou, como pano de fundo há várias fábricas com altas chaminés. Para chegares aqui podes optar por ir a pé e desfrutar do percurso até lá ou então ir de transportes públicos, como o metro, que são extremamente eficientes.
Kastelett
Ao visitares a Pequena Sereia, já estás a entrar nas imediações dos fantásticos jardins de Kastelett, a Cidadela, uma das fortificações mais bem preservadas do norte da Europa. Esta é uma antiga fortaleza em forma de pentágono, toda cercada por água, que servia de defesa aos invasores. Percorrer as suas formas é por si só um passeio bonito, mas tem cenários realmente incríveis!
O acesso é feito por uma ponte, junto à Igreja de Santo Albano, a única igreja anglicana de Copenhaga, e a Fonte de Gefion, onde se encontra uma figura mítica escandinava de quatro touros a puxar um arado. Esta parte é um autêntico postal!
No percurso pentagonal vais encontrar um canhão e o mítico moinho.
Christiania
Se gostas de sítios alternativos, completamente fora do comum, Christiania é para ti. Esta é também conhecida por Cidade Livre, precisamente por ser uma zona independente e autorregulada. Isto é, tem leis próprias. Aqui podes encontrar peças de artistas, bares, restaurantes, várias zonas de convívio e até uma área residencial, visto que habitam aqui de forma permanente cerca de 850 pessoas.
Logo à entrada salta a vista um pórtico que diz "Christiania” e, do lado oposto, “Estás a entrar na União Europeia”.
Ainda que autointitulada de livre, Christiania tem regras próprias, sendo que o princípio se baseia na proibição da violência. Este é um cartaz onde podes ver algumas das medidas que estão estabelecidas.
É curioso que a venda e consumo de drogas leves são permitidas. Vais encontrar algumas “barraquinhas” a vender estes produtos e é inevitável que o pensamento não te leve até Amesterdão! Há canábis um pouco por todo o lado, tanto à venda como plantado. Não tires juízos de valor por isso, é um espaço que deves mesmo conhecer!
Free Walking Tour
Comecei o segundo dia em Copenhaga a fazer uma coisa que adoro: uma free walking tour! Este tipo de experiências é uma das vantagens de ficar num hostel e há uma larga percentagem que tem esta atividade. Para quem não conhece o conceito, é simples, é uma visita guiada pela cidade. É marcada uma hora e um ponto de encontro, geralmente na entrada do hostel e o guia passa para reunir o grupo e partir à descoberta. São umas horas sempre bem passadas a conhecer sítios menos comuns com uma contextualização histórica! No final, podes dar ao guia um valor que aches justo.
Já fiz imensas e faço questão de fazer sempre que possível. Neste caso, o Allan foi o nosso guia, é dinamarquês de gema e ensinou-me mesmo muito! Mais importante do que ver os sítios, é olhar para eles e saber a sua história.
Rua mais antiga de Copenhaga
A meio da manhã tivemos uma agradável surpresa. A Guarda Real fez um desfile pela cidade :) É sempre giro ver estas coisas.
Palácio de Amelienborg
Nesta praça há mais três edifícios iguais, sendo que dois deles são onde vivem os príncipes.
Diariamente, às 11h30, é feito o render da Guarda Real. Mais uma vez, se achas estes costumes curiosos, já sabes o que fazer por esta hora :)
Igreja de Mármore
A praça onde fica o Palácio de Amelienborg ainda tem uma dimensão considerável, é ampla e desafogada. É como se fosse um quadrado e as delimitações são os quatro edifícios reais. No centro há uma estátua e, foi a partir daqui que vi que ao fundo da pequena avenida fica a Igreja de Mármore, a Mamorkiken, como é conhecida (Frederiks Kirke, em dinamarquês).
Como dá para perceber, toda ela é feita de mármore, é lindíssima e imponente! Com 31 metros, tem a maior cúpula das igrejas escandinavas. Acredita-se que tenha sido inspirada na Basílica de São Pedro, no Vaticano. Sendo ou não verdade, é realmente maravilhosa! Estava fechada, portanto não foi possível visitar por dentro.
Palácio de Rosenborg
O Palácio de Rosenborg é o local onde estão guardadas as joias da coroa dinamarquesa. É possível visitar o seu interior e viajar ao longo dos últimos 400 anos da história da realeza.
Este palácio tem uma arquitetura maravilhosa e os majestosos jardins que o rodeiam tornam este cenário imperdível! Se são bonitos no inverno, na primavera devem ganhar ainda mais encanto. Vais ver muitos dinamarqueses a passear e a fazer desporto por aqui, afinal, quem é que não desejava ter um espaço destes ao pé de casa :)
A entrada no Palácio de Rosenborg custa 115DKK (cerca de 15.50€) para adultos, tem desconto para estudantes e é gratuita para menores de 18 anos. Por 170DKK (cerca de 23€), é possível adquirir um bilhete combinado para visitares este palácio e o de Amelienborg. Vê mais informações no site oficial.
Jardim Botânico
O Jardim Botânico fica no centro da cidade. Juntamente com o Museu Zoológico e o Museu Geológico, o Jardim Botânico faz parte do Museu de História Natural de Copenhaga.
Tem cerca de 10 hectares de extensão e nele estão palhadas várias estufas que são a casa de mais de 13 mil espécies de plantas divididas em diferentes secções, provenientes de vários pontos do mundo. Podes observar desde catos, a espécies do ártico, a árvores do tempo dos dinossauros!
Podes passear nos jardins de forma gratuita e contemplar o maravilhoso lago que fica no centro. No entanto, faz atenção ao horário de funcionamento (1/4 a 30/9 entre as 8h30 e as 18h e de 1/10 a 31/3 das 8h30 às 16h).
Este grande edifício é a Palm House e aqui podes ver uma vasta panóplia de plantas raras e exóticas. A par disso, nos meses de verão também podes visitar a Butterfly House que, como o próprio nome indica, é uma secção onde vivem várias espécies de borboletas. O preço de entrada são 60DKK (aproximadamente 8€). Verifica aqui o horário e o valor dos bilhetes combinados caso te interesse visitar os restantes museus.
Outros museus em Copenhaga
Gliptoteca Ny Carlsberg
Este museu, fundado pelo filho do criador da Carlsberg, tem a maior coleção de arte antiga do norte da Europa. Entre várias obras, podes ver antiguidades egípcias, romanas e gregas. A entrada é gratuita à terça-feira.
Museu Nacional da Dinamarca
Preço: 55DKK (cerca de 7.40€), gratuito até aos 18 anos.
Outra sugestões:
Visitar a fábrica da Carlsberg
A Dinamarca tem um rótulo e é verde. Para os apreciadores de cerveja, visitar a fábrica da Carlsberg pode ser uma atividade muito interessante a fazer.
Fica a cerca de 3km do centro e podes ver aqui mais informações para preparar a tua visita.
Malmö, Suécia
Quando se traça um roteiro por Copenhaga por mais de três dias, é praticamente inevitável não incluir Malmö, a cidade sueca que fica ali mesmo ao lado. Metade de um dia é suficiente para conhecer esta cidade do país vizinho.
Chegar lá é tão fácil como rápido, basta apanhares um comboio na Estação Central e em 40 minutos lá estás tu. Se não me falha a memória, o bilhete de ida e volta rondava os 10€. Podes comprá-lo diretamente nas máquinas que estão espalhadas um pouco por todo o lado. Devido à proximidade, há várias ligações diárias.
A Estação Central é bastante grande, mas há muitas indicações e por isso é fácil saber para onde te deves deslocar. Aliás, como daqui partem comboios e metros, a estação está dividida por letras, cada uma correspondendo a um meio de transporte. Mais uma vez, se não estou em erro, havia uma zona específica para a ligação a Malmö, designada pela letra C.
Copenhagen Card
São muitas as capitais europeias que têm um cartão com vários descontos para usufruir em diversas atrações. Já o adquiri em algumas cidades que considerei que compensasse, mas não foi o caso de Copenhaga. Cada caso é um caso, portanto faz uma lista dos lugares que queres conhecer e faz também as contas se esta é ou não boa opção para ti. Aqui está o site oficial com todas as informações.
Onde comer
Hostel Urban House Copenhagen by Meininger
Cheguei tarde a Copenhaga e não havia muito tempo para procurar onde comer. O hostel onde fiquei tinha serviço de restaurante e pareceu-me muito bem ficar por ali. Na verdade, foi uma escolha acertada, o espaço era mesmo muito agradável, como todas as instalações do hostel. Dois hambúrgueres, por sinal bastante bons, e duas cervejas Tuborg (dinamarquesas, claro) ficou por 29.60€. Não foi mau!
Depois de jantar fui dar uma voltinha para fazer o reconhecimento do território e vi que havia promoções no Burguer King, talvez o único sítio com horário mais alargado. Afinal podia ter comido por metade, mas enfim… Fiquei satisfeita com a minha escolha.
Dalle Valle
A verdade é uma: se me falam em Copenhaga, eu penso imediatamente no Dalle Valle!
Em viagem faço apenas uma das refeições do dia em restaurantes, mas em bom. Gosto de provar tudo o que é tradicional e até que seja diferente, afinal, a gastronomia é parte da experiência!
Isto tem uma história e eu tenho de a partilhar contigo. Na primeira manhã, assim que fui comprar algo para o pequeno-almoço, comecei a ficar um pouco assustada com os preços praticados (mais abaixo desenvolvo mais este tópico), então lembrei-me de perguntar por sugestões boas e económicas aos meus seguidores no Instagram. Dois deles sugeriram-me o Dalle Valle. Fiz uma rápida pesquisa, gostei do aspeto, o preço era cerca de 17€ por pessoa e assim ficou imediatamente decidido. Afinal, 17€ por pessoa em Copenhaga era muito aceitável!
No site dizia para descarregar uma app para ter direito às promoções e assim fiz, cheguei ao restaurante com tudo prontinho. Para começar, as instalações são maravilhosas! Modernas, ambiente a meia luz, uma parte com sofás e outra com bancos altos. Sinceramente, se passasse na rua provavelmente nem olhava duas vezes porque pensava logo que não era para o meu bolso.
Entrei, fui encaminhada para a mesa por uma rapariga simpática e comecei logo por perguntar se a promoção da app estava a funcionar, ao qual ela diz que naquele dia tinham uma promoção ainda melhor, por um preço mais baixo e já com bebidas incluídas. Pergunto quais são as bebidas e das opções escolho cerveja, ao que a menina simpática responde que “lamenta, mas na promoção só está incluída a de meio litro, pode ser?”. Até pensei que tinha ouvido mal mas, ÓTIMO, MANDA VIR!!
Do que encontrei, a Dinamarca não tem muuuuitas iguarias tradicionais que façam babar só de pensar. Aparentemente, um dos “pratos” mais típicos é o smørrebrød, que basicamente é uma sandes abertas que pode ser recheada com vários ingredientes. Depois tem alguns tipos de paté e barriga de porco frita, muito semelhante à nossa entremeada grelhada.
Este restaurante tem serviço de buffet, podes escolher o que queres comer e repetir quantas vezes te apetecer. Isso permitiu-me experimentar todas (ainda que sejam poucas) iguarias que compõem a mesa dos dinamarqueses.
A comida tinha mesmo bom aspeto, mas mais do que isso, é que tudo estava ótimo! Só pratos principais contei 24, saladas eram 10, sobremesas umas 14... Bem, saí de lá a rebolar!
Às vezes a parte mais desagradável de uma refeição fora é a quando chega a conta, claro. No entanto, aqui foi uma agradável surpresa... Dois menus buffet, com pratos maravilhosos, duas cervejas de meio litro, por 158DKK, cerca de 21€!!!! Óbvio que o Dalle Valle se tornou num dos meus restaurantes prefeitos do mundo :D Posto isto, já sabes onde vais comer em Copenhaga!
Cachorro-quente
É muito comum encontrares barraquinhas de cachorros nas zonas mais movimentadas. São simples, mas muuuito deliciosos! Cachorro-quente foi o meu almoço nos dois dias, já sabes que durante o dia não gosto de perder tempo em restaurantes para comer, isso fica para o jantar. Custam cerca de 4€, o que também é uma boa opção para manter as contas com saldo positivo.
Gløgg
Na altura do Natal é de contar que os mercadinhos tenham produtos tradicionais. Aqui em Copenhaga a bebida mais aclamada é o gløgg, não mais do que vinho quente.
Não tinha muito interesse em provar porque o cheiro é um pouco intenso, diria mesmo que chega a ser desagradável, mas enquanto fazia a free walking tour aceitei uma amostra grátis (se é grátis ninguém diz que não, não é?) e para minha surpresa era maravilhoso! É bastante doce e com um gosto suave, não se enquadra nada com o cheiro. Além disso, ajuda bastante a aquecer!
Borgerkroen Pub
Depois de muitos quilómetros nos pés, nada sabe melhor do que ir a um bar local beber uma cervejinha para terminar o dia. O Borgerkroen foi uma sugestão que vi num vídeo de um casal dinamarquês, portanto assumo que seja do mais tradicional que há! Era precisamente o que esperava. Duas cervejas custaram 40DKK (cerca de 5.35€).
Supermercados
Costumo enquadrar estas dicas quando falo do custo de vida, mas aqui penso que faz sentido que assim seja. Já disse por diversas vezes que o Lidl é o meu melhor amigo além-fronteiras. Tem sempre os produtos habituais, mais os tradicionais do país, aos preços que conhecemos.
Em Copenhaga tinha ainda um ponto extra, que agora também já se vê em Portugal, a zona de padaria era bastante composta! Tinha hambúrgueres a 1€ e 2€, nuggets, folhados, donuts, croissants... Ou seja, ótimas opções para uma refeição a um preço baratíssimo!
Com um (ou até dois hambúrgueres), uns nuggets, um sumo e mesmo um pacote de batatas fritas, fica um almoço por menos de 5€! Este é um dos truques que utilizo para poupar em viagem :)
Onde ficar
Às vezes é difícil encontrar alojamento em conta em alguns países. Quem viaja de forma low cost tenta sempre conjugar o equilíbrio do bom/barato/limpinho e bem localizado. Em Copenhaga foi tudo conseguido, exceto a parte do barato. Fiquei alojada duas noites num quarto duplo com casa de banho privada no Urban House Copenhagen by Meininger, por 141€. É um valor acima da média do que estou habituada a pagar, mas todas as outras alternativas eram de valor superior.
Já conhecia a cadeia Meininger de outras paragens e este entrou diretamente para o segundo lugar de melhor hostel onde já fiquei. Não fosse o preço elevado e teria destronado o Plus Berlim, que é simplesmente fantástico, mas bater esta qualidade a 10€ por noite por pessoa é difícil.
As instalações são muito modernas, o ambiente é fantástico, tem várias zonas comuns com jogos, espaços de lazer, sala de refeições, lavandaria, restaurante e bar. É muito limpo e muito bem localizado, apenas a uns metros do Tivoli Garden e a 1km da Estação Central. Bem, já fiquei em hotéis de quatro estrelas muito inferiores a este hostel!
O staff foi muito simpático e atencioso. Depois do check out deixei a mala num cacifo uma vez que o meu voo era só ao final do dia, quando voltei para a vir buscar, não tinha coroas dinamarquesas suficientes para o pagar e perguntei a uma funcionária se podia pagar com euros. Ela desbloqueou o cacifo e disse que não havia problema nenhum, desejando boa viagem de regresso. Este gesto deixou-me encantada! Sem dúvida que recomendo este alojamento.
Como chegar a Copenhaga
Chegar a Copenhaga foi um desafio! Tal como disse, originalmente a minha viagem era para Estocolmo mas foi cancelada, portanto tive a possibilidade de remarcar o voo para o destino que eu quisesse, tendo como partida o aeroporto de Basel, na Suíça. Assim sendo, a viagem inicial Lisboa – Basel (30€) – Estocolmo (47€) custou no total 77€ ida e volta pela Easyjet, com uma escala independente que eu própria arranjei para ficar mais barato. Esta é uma opção que podes ter em conta, verificando sempre se os horários de ligação correspondem às tuas necessidades.
Partindo de Lisboa não há ligação direta pelas companhias áereas low cost, só por companhias de bandeira como a TAP, mas pelo Porto há pela Ryanair.
Como ir do aeroporto para a cidade
A melhor forma de ires do aeroporto para o centro da cidade é de transportes públicos, sendo as melhores opções o metro ou o comboio. Eu optei por ir de comboio, sendo que o trajeto demorou apenas 13min, caso tivesse optado por metro teriam sido 20min. A estação de ambos os transportes ficam no aeroporto, só difere o piso para chagares ao terminal de cada um. Estão muito bem sinalizados, é muito intuitivo perceberes o caminho que deves seguir. Também têm um horário muito regular, sendo que o máximo tempo de espera é de 20 minutos e é à noite.
Os bilhetes podem ser comprados nas máquinas automáticas que estão espalhadas um pouco por todo o lado e funcionam assim:
1 viagem normal custa 24 DKK (cerca de 3.20€) até à zona 2 e tem validade de 90 minutos. Isto é, podes circular quantas vezes quiseres durante esse período de tempo.
1 viagem de ou para o aeroporto custa 36 DKK (cerca de 4.80€). Tem também validade de 90 minutos e é um pouco mais cara por ter saída no aeroporto.
1 bilhete de 24h custa 80 DKK (cerca de 10.70€) e não tem limite de número de viagens, apenas de tempo. Este foi o que optei por comprar e é o mais rentável caso queiras fazer algumas viagens. Por exemplo, o comboio tem paragem na Estação Central, caso o teu alojamento seja mais desviado e precises de apanhar metro, então esta é uma boa opção para ti.
Como circular na cidade
Copenhaga é uma cidade perfeita para conhecer a pé. É plana e os pontos de interesse ficam relativamente próximos uns dos outros. Ainda assim, não a subestimes, no primeiro dia fiz 26km, os pezinhos já doíam, acho que foi o meu record :P
Para as maiores distâncias podes usar o metro, que é extremamente funcional! Diria até que é um exemplo de meio de transporte eficiente. Tal como disse acima, um bilhete custa cerca de 3.20€ para 90 minutos até à zona 2 e o bilhete de 24h custa cerca de 10.70€ com viagens ilimitadas. No meu entender, o bilhete de 24h só se justifica na ida ou regresso para o aeroporto, porque passando um dia inteiro na cidade, o mais prático é mesmo andar a pé. A venda dos bilhetes é feita nas máquinas automáticas e não há ninguém a controlar as entradas e saídas. A verdade é que toda a gente respeita, toda a gente mesmo, há um grande sentido de responsabilidade! O tuga tem por hábito infringir algumas regras deste tipo, mas não recomendo que o faças, até porque a multa deve ser bem pesada e aqui as regras são para cumprir.
Outra forma que me parece muito prática é andar de bicicleta. Vais reparar que os dinamarqueses são muito adeptos deste meio de transporte e, durante a visita guiada, o nosso guia chegou a dizer que a capital das bicicletas é Copenhaga e não Amesterdão. Bem, nesses assuntos de rivalidade já não me meto, mas que há muitas, lá isso há :P
Custo de vida
Estaria a mentir se dissesse que não me assustei com os preços de Copenhaga. Assustei, um bocado. A primeira paragem da manhã foi numa lojinha para comprar algo para o pequeno-almoço e comer num sítio qualquer com uma vista bonita, como sempre faço. Acontece que uma água de 33cl, um sumo de 20cl, um cappuccino de máquina e dois croissants simples custaram 11.24€... Nunca vás a uma 7-Eleven! Percebi imediatamente que o problema estava na loja e que estes preços não correspondiam à realidade. Daí dizer que, na dúvida, vai sempre ao Lidl. No dia seguinte o pequeno-almoço foi pão com fiambre, um sumo e um café e ficou por 3.50€ para duas pessoas! Este é um exemplo básico de que os nossos gastos se medem principalmente pelas escolhas que fazemos e se alteram pelos sítios onde vamos.
Posto isto, ao longo do dia fui mudando completamente o meu ponto de vista relativamente ao custo de vida da cidade. Como é possível conhecer tudo a pé, não precisas de gastar dinheiro em transportes e ficas com uma perspetiva real da cidade; é fácil conseguir restaurantes bons a um ótimo preço, como é exemplo do Dalle Valle, e a comida de rua é acessível; há museus gratuitos e outros que podes comprar bilhetes combinados, ficando assim mais barato, não esquecendo que, grande parte das atrações, ficam ao ar livre. A única coisa que acho que é mais cara é, sem dúvida, o alojamento.
Moeda
Utilizei o cartão Revolut para todos os pagamentos. É o método mais fácil, prático e seguro. Fiz apenas um levantamento de 30€ em dinheiro e a taxa bancária cobrada foi de 4€, já sabemos que isso é inevitável.
Melhor altura para visitar
Copenhaga é daquelas cidades que merecem uma visita em qualquer altura do ano. Eu, por norma, tenho especial preferência por visitar os países mais a norte no inverno, ainda que isso traga a desvantagem do frio e das poucas horas de luz diárias. Em dezembro, altura que fiz a minha viagem, era praticamente de noite às 16h, o que acaba por condicionar algumas visitas já que vários sítios também fecham mais cedo do que estamos habituados. Ainda assim, é curioso perceber o modo de vida da população nestes meses :)
A minha experiência
Ainda que não fosse o destino estipulado, Copenhaga estava na minha lista de cidades a visitar num curto espaço de tempo. Não tinha as maiores expectativas sobre ela, mas fiquei realmente encantada! Não é a cidade mais deslumbrante onde já estive, mas a sua funcionalidade conquistou-me. Copenhaga transpira qualidade de vida, serenidade e paz. As pessoas são extremamente educadas. Confesso que fiquei espantada ao ver que até numa hora de ponta no metro há organização: toda a gente espera que uns saiam para os outros entrarem depois. Não há aquela correria nem encontrão, não, é tudo tão certinho!
Como seria de esperar, a cidade é extremamente limpa. Está tudo muito bem cuidado e tratado. O custo de vida também é bastante aceitável para os turistas, sendo que há opções para todos os gostos e carteiras.
No fundo, só tenho maravilhas a dizer de Copenhaga. Como comecei por dizer, é dos poucos sítios onde me conseguia imaginar a viver e isso diz tudo :)
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