9 lugares que não são como pensas

       



    Há vários locais no mundo que todos devíamos ter oportunidade de conhecer. Uns são marcos da História, outros têm uma grande importância cultural. Principalmente para quem gosta muito de viajar e anda sempre a pesquisar cada cantinho, é inevitável criar imagens mentais e ideias pré-concebidas que as fotografias nos vendem sobre os sítios que esperamos ver futuramente.
    Criar expectativas é tramado! Resulta num sentimento de desilusão que, na verdade, fomos nós que cultivámos.
    Serão alguns sítios como realmente mostram as fotografias? Até que ponto é o nosso cérebro o culpado de ficarmos desiludidos?
    Aqui ficam oito exemplos que comprovam que nem tudo é o que parece:


     1-    Pirâmides de Gizé - Egito

    As pirâmides de Gizé são uma das maiores maravilhas do mundo e um dos monumentos mais incríveis que podemos ver em toda a Terra. A sua beleza e grandiosidade são completamente inquestionáveis. Mas, como imaginas realmente o local onde elas se encontram?  Se estão a pensar que é no meio do deserto e que tens de fazer um longo percurso por entre as dunas até lá, estás completamente errado!
    As pirâmides ficam numa das periferias da cidade e, na verdade, são perfeitamente visíveis do centro do Cairo. Há até restaurantes comuns com vista para lá. Sorte dos habitantes que as podem ver enquanto estão no trânsito caótico da hora de ponta!





2 - Campo de concentração de Auschwitz – Polónia

    Há sítios que são um marco e fazem parte da História. O campo de concentração e extermínio de Auschwitz é o maior símbolo real do Holocausto, construído pelos nazis durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Aqui, morreram 1,3 milhões de pessoas e isso faz com que seja um dos locais mais sombrios que podemos visitar. No entanto, onde se localiza realmente?
    Mais uma vez, tinha em mente que seria numa zona longínqua, com pouca movimentação. A viagem de Cracóvia ao campo de concentração é de cerca de uma hora de autocarro. Tentei ao máximo não adormecer durante o percurso para ver qual a minha reação ao chegar. Fiquei bastante surpreendida por a entrada passar um pouco despercebida, já que se situa numa zona residencial. É uma comparação um pouco desiquilibrada, mas ao primeiro impacto aquela tanto podia ser entrada para uma escola, como para um jardim, como para um campo de concentração. O que era realmente...



3 - Mona Lisa, Museu do Louvre - Paris, França

     Mona Lisa, um dos quadros mais famosos do mundo. Pode não ser a nossa obra de arte favorita, mas todos temos curiosidade em a ver ao vivo e a cores. Está numa das galerias do Museu do Louvre, em Paris, e é ponto de paragem para milhares de turistas diariamente. Mas que dimensão tem este ex-libris da pintura? Acham que ocupa uma parede inteira? Bem, tem nada mais nada menos do que 77cm x 53cm.
     Se tal como eu também são daqueles que gostam de se sentar e apreciar uma obra de arte, aqui, podem esquecer isso. A sala tem sempre uma pequena multidão de curiosos, o que torna difícil captar uma boa fotografia, quanto mais conseguir uma aproximação ao quadro.




4 - Capela Sistina - Vaticano

     Considero que, se dividissem a Capela Sistina em quadradinhos, que cada centímetro era considerado uma obra de arte por si só! O teto e a parede frontal, denominada de Juízo Final, ambas da autoria de Miguel Ângelo, são das obras mais fascinantes que já vi. É impressionante como tudo foi pintado à mão, a tantos metros de altura, com tanto detalhe e perfeição.
     No entanto, se vos pedir para fazerem referência a um dos detalhes da pintura, o que se vão lembrar imediatamente é o fresco da “Criação de Adão”, em que os dedos de Deus e Adão estão quase a torcar-se. Não sei como imaginam isto em escala real, mas certamente não é tão grande quanto pensam. Este é um dos 10 frescos que representam episódios bíblicos. Apesar de ser um dos centrais, é do tamanho dos restantes.
     Por outro lado, toda a gente fala do interior magnífico da Capela Sistina, mas ninguém faz referência à fachada. Porquê? Porque a Capela Sistina é uma capela interior que faz parte do Palácio Apostólico do Vaticano, logo não tem uma fachada exterior.






5 – Canais de Veneza - Itália 

    A maioria das grandes cidades italianas são sinónimo de romantismo, especialmente Veneza com os seus canais de água, onde centenas de gôndolas passam diariamente por baixo das tradicionais pontes pitorescas. O Grande Canal é a maior e mais importante via de tráfego da cidade, com 4km de comprimentos e cerca de 5 metros de profundidade.
    Veneza tem sido uma das cidades do mundo mais afetadas com as alterações climáticas e consequente subida da altura do nível das águas do mar. No entanto, nos últimos anos, tem-se assistido a um fenómeno contraditório: vários canais de menor caudal têm ficado sem água em períodos de maior seca.



6 - Lago Ness – Escócia

     A ideia que sempre tive do Loch Ness é que seria um lago, mais semelhante a uma barragem, se assim quiserem, em que fosse possível ver o seu início e o seu fim. Não, nem pensar! O Loch Ness é gigante!! Tem 37 quilómetros de extensão e 226 metros de profundidade máxima. Com tudo isto, torna bem possível e credível que o monstro tenha andado por lá. Acreditam na história do monstro?
     Quando o visitei, em 2016, o guia começou por perguntar quem acreditava nesta lenda. De cerca de 30 pessoas, a maioria levantou o braço afirmativamente, ou outros, por descrença ou timidez, não reagiram. Aí o guia disse que se não acreditassem minimamente nunca iriam visitar o local, afinal não deixa de ser só um lago.
    A verdade é que eu não o vi o “Nessie”, mas isso é porque poderia estar a vaguear numa das sete localidades que atravessa. É considerado o segundo maior lago da Escócia e leva mais água do que todos os lagos existentes em Inglaterra e no País de Gales juntos.



7- Passadeira dos Beatles – Abbey Road, Londres

   Há sítios que são meramente comuns até merecerem distinção por algum acontecimento. Esta passadeira, em Abbey Road, a cerca de 12km do centro de Londres, tornou-se uma atração turística por parte dos fãs da banda inglesa Beatles. Esta passadeira serviu de cenário para a capa do 11º álbum desta que é uma das bandas mais mediáticas do mundo, com mais de 270 milhões de discos vendidos.

       Não deixa de ser uma passadeira igual a todas as outras, que mal daríamos por ela não fossem as dezenas de pessoas que a atravessam para tentar imitar a pose dos cantores. Mais do que a fotografia, vale a pena os momentos hilariantes que se vêm por ali. O trânsito está constantemente a ser interrompido pelas pessoas que andam de um lado para o outro na passadeira até conseguirem um bom resultado final. Que acham do meu? :)





8 – Pequena Sereia – Copenhaga, Dinamarca

    Esta estátua de bronze tornou-se um dos símbolos de Copenhaga. Foi esculpida em 1913, por Edvard Eriksen, e representa a “Pequena Sereia”, do conto infantil do escritor Hans Christian Andersen. A sua beleza atrai milhares de visitantes, mas nem todos ficam com os olhos a brilhar quando a observam. Porquê? Porque os seus 125cm de altura não correspondem às expectativas da maioria...
    Já sabia desta questão, por isso não fiquei desapontada, pelo contrário! É bem mais querida do que pensava J Ainda assim, foi inevitável perceber a desilusão dos que iam chegando, o que até deu para soltar umas pequenas gargalhadas. É a prova de que a arte não se mede aos palmos.
     Mas ok... Confesso que não é pequena, é mesmo muito pequena! xD


 9 – Deserto do Sahara 


    É impressionante como uma paisagem árida pode ser tão maravilhosa e como é que uma paisagem sem “nada” pode ser tão grandiosa. O deserto do Sahara é de nos deixar de boca aberta pela sua beleza tão simples e natural. No entanto, quando pensamos num deserto, apenas nos vem à cabeça a imagem de estar rodeados por dunas de perder de vista. Realmente é assim, mas... Onde é que começa o deserto? Tem de haver uma zona dita “normal” e, a partir daí, começa a areia, certo? Esta questão só começou a ecoar quando estava a poucas centenas de quilómetros de lhe dar resposta. E sim, há realmente uma zona onde o deserto começa, assim, do nada. É possível ter um pé na “estrada” e outro no deserto e saltitar de um para o outro. Existem as chamadas “Portas do Deserto” e há várias. Esta fotografia foi tirada em Merzouga, Marrocos. Não é incrível? :)



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