As 9 maiores armadilhas para turistas
Tem cuidado. Não andes em locais escuros. Não
fales com quem não conheces. Esconde o dinheiro. Não mostres o telemóvel em
público. Não dês a entender que estás perdido. Não devias ir para esse país.
Vais ser roubado. As pessoas lá são más.
Quem nunca ouviu estas míticas frases antes de
pegar na mochila ou na mala e sair porta fora, é certo que vai ouvir algum dia.
Tenho a certeza que os nossos pais e até alguns amigos, acham que nós, os que
gostamos de descobrir novos sítios, temos uma dose de coragem extra. Afinal, o
mundo parece ser um lugar tão perigoso! Hmm... Não é nada disso, pois não? Quem
gosta realmente de viajar não parte com medo e insegurança, vai na certeza de
encontrar uma nova experiência e uma sensação de liberdade e gratidão. Costumo
dizer que maus pensamentos atraem coisas más, portanto de que serve pensar que
algo vai correr menos bem? Ser roubado ou perder objetos de valor tanto pode
acontecer à porta de casa como noutra cidade qualquer. A única diferença é que
noutra cidade estamos realmente mais expostos a ser enganados e a cair numa
armadilha para turistas.
Há pessoas boas e más em todos os cantos do
mundo e, efetivamente, caras não vêm corações. Não sejas exageradamente
desconfiado, apenas tens de te manter alerta. Ser turista é ser um alvo fácil e
onde há atrações também há garantidamente esquemas para nos fazer gastar
dinheiro. Na grande maioria das vezes nós é que nos deixamos enganar, portanto,
a culpa é nossa. Não há um manual em que possamos aprender todos os truques,
mas deixo-te aqui algumas das artimanhas mais usadas:
1. Skip
the line
O skip the line (passar a fila) é muito
utilizado quando há grandes filas na bilheteira para visitar um monumento. A
proposta é simples, compras um bilhete que imediatamente te dá entrada ao local
que vais visitar sem ter de esperar mais, mas em troca pagas muito mais
dinheiro do que o bilhete custa. Este esquema é muito utilizado no Vaticano e,
provavelmente, foi o que me chocou mais até hoje.
2. Restaurantes:
menu local vs menu turístico
Algo muito
importante a fazer antes de comprar o que quer que seja é perguntar o preço.
Isto acontece um pouco por todos os países e não é nenhuma novidade. Os preços
para turistas são muitas vezes inflacionados, principalmente nos restaurantes.
Pede o cardápio antes e não aceites nenhuma sugestão (principalmente garrafas
de vinho) que não saibas quanto custam. Há várias polémicas, até em Lisboa, de
contas que ultrapassavam os 300€ por duas refeições. Só o vinho custava cerca
de 260€. Durante o dia enquanto estás a passear, vai olhando para os
restaurantes para perceber quanto o custo médio. Não és obrigado a entrar no
primeiro que te convidam, por isso, olha à vontade e não te sintas pressionado.
Afinal, ninguém te conhece ali!
Em Atenas,
na Grécia, aconteceu-me sentar numa esplanada para almoçar e no cardápio o
prato estava marcado 10€ por pessoa. Vi que havia uma fila lateral com o mesmo
prato mas em take-away, o que na
verdade era preferível para não perder tanto tempo. Desta forma, um chicken
gyros e um refrigerante custou apenas 2.60€!
3. Conversor
de moeda
Em países em
que a moeda não é o euro, o melhor é ter sempre o conversor à mão. Ainda que
seja relativamente fácil fazer a conversão de algumas moedas, na hora de
comprar é preferível verificar. É muito fácil cobrarem mais por um produto do
que é suposto.
4. Às voltas de táxi
Não é
difícil perceber porque é que podemos ser enganados num táxi. Se estamos num
sítio novo que não conhecemos, o sr. táxista pode ir dar a maior volta ao
quarteirão que nós nunca vamos dizer que está no sítio errado. As tarifas são
sempre muito elevadas e em grandes cidades é bem mais fácil e seguro andar de
transportes públicos.
5. A
pulseira da sorte
Nos locais
mais turísticos há sempre vendedores. No entanto, há uns que usam técnicas mais
discretas para ganhar algum dinheiro. Já fui várias vezes abordada com a
técnica da “pulseira da sorte”. Alguém te aborda simpaticamente, pergunta de
que país és, faz piadas sobre o Cristiano Ronaldo e mal dás por isso e já te
estão a colocar uma pulseira no braço para teres sorte para sempre. O passo
seguinte? Pedem 5€/10€/20€ por essa pulseira. Quando recusei e disse que não
estava interessada, acusaram-me de ser racista. Estava numa rua pouco
movimentada e a conversa começou a ficar um pouco agressiva. Acabei por dar 2€.
Nestas abordagens o melhor é simplesmente não responder e continuar em frente.
6. A
fotografia para recordação
Qual é uma
das desvantagens de passear a pares? É que é difícil as duas pessoas terem uma
fotografia bonita em conjunto sem ser modo selfie.
Para acabar com esse problema, há pessoas que simpaticamente se
disponibilizam para tirar uma fotografia e, quando vão devolver a máquina
fotográfica ou o telemóvel, pedem uma quantia por esse serviço prestativo de
carregar num botão. Isto é bastante comum em Roma, especialmente junto à Fonte
de Trevi. Se quiseres pedir a alguém que te tire fotografias, olha bem à tua
volta e pede a um turista como tu, a seguir retribui o favor e oferece-te para
tirar a ele :)
7. Casino
de rua
Curiosamente
esta técnica foi uma recente descoberta. Em todas as cidades há artistas que
animam a rua com a sua arte o que, na minha opinião, é algo que traz vida e
beleza às ruas. Por norma há algo no chão onde, quem quer, faz um pequeno
donativo. No entanto, há outras técnicas de entretenimento não tão modestas...
Estás a ver aquele jogo em que estão três caixinhas ou copos, colocam uma peça
ou uma bola lá por baixo, baralham e tens de adivinhar onde está? Isso. Em
Berlim esta prática é muito comum. Quem passa vê um grupo de pessoas a
“facilmente” ganhar 50€. Leste bem, 50€! É como se fosse um valor de aposta
para acertares onde está a bola por baixo das caixinhas. Acontece que todos
esses jogadores fazem parte do mesmo grupo e tu, que apostaste, é óbvio e
garantido que vais ficar sem o teu dinheiro, independentemente de teres a
certeza que estava na caixa correta. Este é um exemplo de vários jogos que
servem para enganar turistas. Mais importante do que isso, nunca dês para a mão
de um estranho 20€ que seja, muito menos 50€.
8. A
petição solidária
Como toda a
gente gosta de participar em causas nobres e humanitárias, assinar uma petição
parece algo bastante simples em que podemos ajudar. Certo. Mas vejam realmente
se se trata de uma associação verdadeira ou se é apenas um esquema para te
distrair e outra pessoa tentar roubar algo da tua mochila. Parece algo muito
macabro, mas a verdade é que acontece muito nas zonas mais movimentadas de
Paris.
9. Alimentar
animais
Já é
proibido em muitas cidades, mas nunca vai parar a tendência de alimentar pombos.
Para fazer umas festinhas ou tirar aquela fotografia para as redes sociais, há
quem se aproveite disso e te “ofereça” uns grãos de milho para atrair estes pássaros.
Depois de teres os alimentos na mão, é-te pedido um valor por isso. O mesmo
pode acontecer à beira de lagos com comida para peixes.
Ficaste
assustado? Não fiques! Estes são apenas exemplos para ficares alerta e não te deixares enganar. Há formas mais úteis de gastar o teu dinheiro e certamente
que isso não é passá-lo para a mão de quem não é honesto. Acima de tudo há muitas pessoas
boas que te vão surpreender também e isso é o que tens de tirar de cada
local :)
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