Como tornar a viagem à Islândia low cost?




Passei semanas, dias, horas, muitas horas em frente ao computador. Vi todos os motores de busca, pesquisei todas as ligações, fiquei a conhecer todas as companhias aéreas que poderiam ser viáveis para o meu trajeto, esta que era a minha maior aposta. Cruzar tudo isso com datas, horários e voos de ligação de forma a rentabilizar o máximo de tempo na Terra do Gelo, ao menor custo possível. 175€ foi o valor final dos bilhetes de avião. Sendo que a média de um bilhete ronda entre os 500€ e os 700€ (os preços mais simpáticos), acho que não me safei mal.
Após várias pesquisas de alojamento, além da pouca oferta que existe, percebi que o montante médio de uma dormida em Reiquejavique fica por 100€/noite, mais uma vez, sendo modesta.
Como o meu interesse era visitar mais do que a capital, visto que a maior parte das atrações estão espalhadas pelo país, era importante ter um meio de transporte flexível. Não existem comboios. As ligações de autocarro não parecem viáveis e há pouca informação sobre isso para visitantes. As tours para turistas são extremamente caras, dou como exemplo uma de Reiquejavique ao Golden Circle, de um dia, que custava 350€ por pessoa! Assim sendo, a única opção é alugar carro.
Como fazer tudo isto?

1.     Iceland, here I go – comprar bilhete de avião




Comprar um voo direto para a Islândia com partida de Portugal (Lisboa ou do Porto) é tarefa impossível. Todas as opções apresentadas requerem escala, a maioria delas muito longas, em que é necessário um dia só para a ida e outro para o regresso. Como esta é a única alternativa, optei por criar a minha própria escala e comprar bilhetes de avião independentes. Desta forma existem várias opções com várias companhias aéreas:
De Portugal:
EasyJet
Ryanair
TAP

Para a Islândia:
EasyJet
Wow Air
Icelandair
British Airways

            Todas elas por ordem de interesse, todas elas com um ponto em comum: fazer escala em Londres e voar para Keflavík, o Aeroporto Internacional da Islândia.
De todas as escalas possíveis que vi, Londres é sem dúvida a melhor opção. Dentro dos planos que têm, partindo de Lisboa ou do Porto, só precisam de pesquisar qual a companhia aérea com o melhor valor, a melhor hora e o menor tempo de escala para o vosso trajeto.

Aqui fica um breve resumo:

Partida – Lisboa                                            Destino – Londres (aeroportos)
Easyjet                                                         Luton / Gatwick
Ryanair                                                         Stansted
TAP                                                               London City / Gatwick / Heathrow
Partida  - Londres                         
Easyjet - Luton                                             
Easyjet - Gatwick                                        Destino – Keflavík
Wow Air – Stansted
Icelandair – Gatwick / Heathrow
British Airways - Heathrow

Eu acabei por optar por voar na Easyjet até Londres – Luton e depois, também pela Easyjet até Keflavík. A razão? Ainda que tenha feito cerca de 4h de escala durante a noite, era o melhor horário de chegada e partida. Aterrei pelas 8.20h da manhã na Islândia, quando as outras opções, de valor superior, marcavam a saída de Lisboa pelas 6.40h e a chegada à Islândia pelas 19.40h. Quanto ao regresso, não consegui escapar de perder um dia em viagem e saí de Keflavík às 9h, aterrando em Lisboa às 20.55h.
            Tal como referido logo no início, o meu bilhete de avião (no total quatro voos) teve um custo de 175€. Inicialmente desafiei-me a conseguir por 130€, o que acho que teria conseguido, não fosse esse fim de semana coincidir com o casamento real britânico.

            Atenção internacionais:
            No caso da vossa partida ser de outro país que não Portugal, há muuuitas formas de conseguir um voo low cost. O exemplo de Londres continua a ser válido, mas tenham também como opção Frankfurt, Munique, Madrid ou Paris, dependendo do país de origem. 

Para além do tempo de escala a que ficam sujeitos, resultado da pouca oferta de voos diários, uma desvantagem que existe neste tipo de ligações é a bagagem. Algumas companhias aéreas low cost permitem transportar uma mala de cabine, outras cobram esse serviço, como por exemplo a WOW Air (companhia aérea low cost da Icelandair). Há que ter essa situação em conta, a viagem pode estar realmente barata, mas adicionada uma mala chega facilmente ao dobro.

            Total poupado = 325€

2. Alojamento - onde ficar



Nos últimos tempos a Islândia tem sofrido um enorme boom de turismo. No entanto, para além do custo de vida ser muito superior ao nosso, a verdade é que também não dispõe de uma oferta hoteleira que faça jus à procura. Pouca oferta + elevado custo de vida = preços exorbitantes para o turista pernoitar.
Das várias pesquisas que fiz para ficar hospedada em Reiquejavique, o preço médio por quarto/noite, rondava entre os 100€/130€. Locais simples, sem grandes caprichos ou luxos. Para mim, as únicas exigências que pretendia era ter casa de banho privada (algo difícil de encontrar, até nos melhores hotéis) e, se possível, pequeno-almoço incluído e cozinha para poder preparar algumas refeições ou snacks.
Tudo correu pelo melhor e acabei por encontrar o T10 Hotel Iceland com casa de banho privada, cozinha com todos os equipamentos e pequeno-almoço incluído. A solução? Ficar em Hafnarfjördur, uma localidade a 11km de Reiquejavique.
            Para algumas situações a melhor opção pode mesmo ser esta, ficar a uns quilómetros do centro. A única diferença que me causou foi poupar cerca de 200€, visto que o total das três noites que passei na Islândia teve um custo de, precisamente, 200€.

Total poupado = 200€


3. Alimentação



É fundamental em qualquer local ter uma experiência gastronómica. A comida diz-nos e ensina-nos muito sobre uma cultura. No caso da Islândia e da minha experiência, ficou esta coluna importante por preencher e não foi por uma questão de poupança! Não provei nada da comida islandesa e a razão foi apenas uma infeliz coincidência dos horários praticados pela restauração. Como fazia muitos quilómetros para visitar outros locais, nunca cheguei a Reiquejavique a horas de jantar (para eles até às 21h/22h no máximo). O resultado disso foi acabar por me abastecer em cadeias de supermercado (Bónus, Krónan e Hagkaup os maiores e mais conhecidos). Assim valeu ter a possibilidade de usar a cozinha no hotel!
Desde tubarão seco, a cabeça de cordeiro, os pratos típicos são bastantes peculiares e certamente não encaixam em todos os gostos. Num restaurante, apenas um prato tem um custo de 17€ a 35€. Uma refeição completa facilmente ronda os 40€/50€ por pessoa. Existem algumas cadeias de fast food, uma das mais populares é o Aktu Taktu, mas não tem McDonald’s, e mesmo assim os preços rondam os 15€. A minha primeira refeição foi feita numa loja de conveniência. Parecia ser dos poucos locais que servia “almoço” às 15h e, acima de tudo, o objetivo é que fosse algo que não nos fizesse perder muito tempo. Dois hambúrgueres, duas doses de batatas fritas e dois refrigerantes, um total de 25€. Numa loja de conveniência!
O facto de ter pequeno-almoço incluído no hotel, além da comodidade que traz e de se fazer uma refeição mais reforçada para começar bem o dia, também trouxe algumas vantagens económicas. Em alguns locais o pequeno-almoço tinha um custo de 20€ por pessoa.
Fazendo uma média de valor de refeições, podemos estimar que facilmente se gastam 60€ por dia e por pessoa.


4. Alugar carro




Tal como já se tornou evidente, para visitar mais do que Reiquejavique, que facilmente se faz a pé, é fundamental alugar carro. Diria até que não é uma opção visitar vários pontos da Islândia de outra forma. Assim como já referi, não existem comboios e há pouca informação para turistas, de forma percetível, de como funcionam os autocarros. Comprar pacotes de tours também se torna excessivamente dispendioso, portanto o veículo próprio é sem dúvida a melhor opção.
No meu caso, um aluguer de três dias ficou por 147,25€ (94€ de aluguer + 53,25€ de seguro). Infelizmente, acabei por cair numa armadilha para turistas. Ao fazer o levantamento do carro no aeroporto, dei-me conta que o seguro comprado ao Rentalcars não tinha cobertura de danos causados por pavimentos de gravilha (estradas bastante comuns na Islândia), além disso, em caso de avaria, danos ou acidente, teria de ser o condutor a assegurar os custos e só depois esse valor seria reembolsado. Para colmatar esta questão, tive de fazer um seguro extra de 60€. Ainda que todas as estradas por onde passei tivessem boas condições, existem realmente bastantes de gravilha. A maioria são acessos secundários, mas não está fora de hipóteses que tenham de passar por elas. O melhor conselho que posso dar é que devem fazer o aluguer através da internet, mas adquirir um seguro apenas no local de levantamento.
Apesar de ser um país com um custo de vida mais elevado, o preço dos combustíveis não varia tanto assim. No total percorremos 1 212 km e gastámos 117,50€ em gasolina.

Alerto para o facto de ser obrigatório ter cartão de crédito para fazer a reserva e o levantamento do veículo, assim como também é necessário para poder abastecer.
Não é conveniente deixar o carro na reserva. Nos locais do interior, os postos de abastecimento ficam a longas distâncias e encerram bastante cedo. Acreditem, não vão querer esperar por ajuda.

5. Blue Lagoon


A Blue Lagoon é um dos locais mais emblemáticos da Islândia e talvez do mundo, fazendo disso uma passagem quase obrigatória. Digo “quase” porque considero que o valor de entrada não está ao alcance de todos. Para conseguir uma entrada mais “acessível”, o segredo está em fazer a marcação com a maior antecedência possível, isto porque ainda que seja realmente cara, a procura é superior.
A Blue Lagoon abre às 8h e encerra pelas 23h no horário de verão e pelas 21h no horário de inverno. Existem dois tipos de pacotes: o Comfort – que varia entre os 55€ e os 78€; e o Premium – que oscila entre os 78€ e os 102€, por pessoa, claro. Estas alterações de preço devem-se à altura do ano e à hora escolhida e a diferença entre o primeiro e o segundo pacote é relativa a pequenos aditivos, que na verdade não melhoram significativamente a vossa experiência. Por outro lado, existem pacotes de tratamentos de spa e jantar incluído que chegam a ultrapassar os 550€.
A minha entrada ficou por 80€. Confesso que inicialmente fiquei com um grande nó na garganta e um buraco na carteira, mas são experiências a ter uma vez na vida e, neste caso, valeu realmente a pena :) 

*
Estes são apenas os cinco pontos que considero de maior peso para tornar possível uma viagem low cost àquele que é um dos países mais caros do mundo para se viver, logo, para se visitar também. Cada um tem a sua forma de viajar e, por isso, os gastos nunca são lineares. Posso deixar o segredo que a minha viagem total ficou a cerca de 650€. Considero que seja muito para três dias, mas espero que tenham noção que ficou a metade do valor que seria esperado, 1200€ por pessoa, no mesmo período de tempo!

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Comentários

  1. Em Março de 2018 estive duas semanas na Islândia fiz o roteiro qUE é possível fazer nessa altura do ano porquê ainda fui em fins de fevereiro fiquei em Reykjavík e quando íamos para as montanhas íamos sempre dois dias alugávamos os bangalôs pelo Booking e voltávamos de novo a Reykjavík para mudarmos de rota. Não paguei gethhouse em Reykjavík não paguei aluguer de carro nem lagoa azul tudo isto oferecido pelo meu filho que vive lá só comemos fora uma vez 40€ por pessoa paguei no dia em que chegamos 18€ por três cafés comprei voos pela easyjet com escala em Luton por 252€ no total para duas pessoas ( baratissimo) e resumindo em comida de supermercado e gasolina em duas semanas para três pessoas (com o meu filho) gastei cerca de 1500€ mas tudo valeu cada cêntimo💟

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  2. olá, viva. estou a planear uma viagem à Islândia, e este teu post tem ajudado muito. gostava de perguntar, como funciona a franquia do aluguer do carro?

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