Islândia: a maior aposta de 2018
Nos últimos anos a minha curiosidade pela
Islândia tornou-se cada vez maior. Talvez pelos cenários de natureza pura,
pelas paisagens únicas, pela imensidão de território inabitado, pelos dias que
são noite e pelas noites que são sempre dia, por ser a terra dos vikings e por
ter um qualquer misticismo inexplicável. Por tudo isto e por muito mais. A
Islândia não é um país que se “namore” através de fotografias ou vídeos, é
preciso vivê-la e experimentá-la.
Tenho vários “países prioritários”,
como lhes chamo, na minha lista de destinos a conhecer ou a voltar a visitar,
mas desta vez não tinha forma possível de como não ser a Islândia. Todos
sabemos que é um país extremamente caro e foi mesmo aí que a aventura começou:
como tornar a viagem à Islândia low cost?
Posso dizer que foi o roteiro mais
desafiante de preparar até hoje, precisamente por ser o mais difícil. Passei
semanas a cruzar voos e horários, a fazer conversões para perceber quanto iria
realmente gastar, a tentar decifrar palavras impronunciáveis (aprendi apenas
que foss é cascata – palmas!), li
todos os blogs e roteiros que existem, fiz um mapa com legendas próprias, com
as distâncias assinaladas a até pontos de abastecimento de combustível. Foi realmente
uma tarefa árdua, mas valeu a pena.
Principalmente por questões financeiras, apenas estive na
Islândia três dias e três noites, mas posso afirmar que aproveitei ao máximo
cada uma dessas 72h e que esse planeamento foi fundamental. Ainda assim, posso
chamar de sorte ao facto de ter visto paisagens incríveis por ordem do destino
e, noutras ocasiões, por não ter virado costas à pontinha de água que se via lá
no alto por cima das pedras, que me fez ver uma cascata magnífica com um azul
cristalino. A Islândia é isso, entrar no carro e partir à descoberta do que
cada recanto tem para oferecer. Tudo é bonito e maravilhoso. Há Reiquejavique,
a pequena cidade capital, cheia de casas e ruas coloridas. Há vulcões, geysers,
a lagoa azul (um spa de terra vulcânica
com propriedades medicinais a uma temperatura de quase 40o)
planícies e grandes montanhas, o mar a bater em praias de areia preta e grandes
lagos formados pelo degelo dos icebergs, onde nadam focas em habitat natural.
Esta última levou-me a fazer cinco horas de
viagem. Confesso que após 100 e tal quilómetros queria desistir e voltar para
trás. Um longo percurso por um autêntico deserto. São raras as casas que se
encontram por este caminho, conseguem contar-se os carros que vão passando, a
sorte é que a paisagem não cansa, mas acaba por ficar a questão se o que vamos
ver valerá o tempo. Valeu! Valeu por ter sido das coisas mais extraordinárias
que já vi na vida. Um lago com 18m2 cheio de “pequenos” icebergues
flutuantes. O sol a bater na neve, calma e tranquilidade, a sensação de um frio
estranho, mas com a vontade de querer ficar a olhar para aquele cenário para
sempre. Não vale a pena fazer grandes descrições, têm de ver com os vossos
próprios olhos!
A Islândia é isto, um país vivo onde reina a
natureza com toda a sua força e isso julgo que seja único deste lugar.
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