Colmar (França) em 1 dia - Roteiro

     

     Colmar era um destino que já estava na minha lista há muito tempo. Desde que visitei Bruges, na Bélgica, que sou fascinada por pequenas cidades com características arquitetónicas diferentes. São aquelas que são um verdadeiro postal, que mais parecem um cenário de ficção e que cada cantinho merece uma fotografia. Pronto, era esta a ideia que tinha de Colmar e que se veio confirmar, sendo que de uma forma bastante superior!

     A verdade é que a passagem por estas terras da Alsácia, estava guardada para quando regressasse à Suíça (como lá tenho familiares, tenho lá ido com alguma regularidade). No entanto, a Easyjet trocou-me as voltas todas quando me cancelou o voo de uma viagem para Estocolmo... Seria em dezembro, a última viagem de 2019. Também eu tive de dar outras voltas e o meu roteiro acabou em Colmar e em Copenhaga. Ao início foi algo bastante chato, mas sinceramente, não tenho um bocadinho de pena, é que não podia ter sido melhor!

     Esta viagem foi na época natalícia e Colmar tem dos melhores mercados de Natal da Europa! Se estás à procura de opções para esta quadra em específico, digo-te: não precisas de procurar mais, vai!

     Nesta cidade respira-se Natal! Tudo, mas tudo, está enfeitado e cheio de luzinhas. Vive-se um ambiente fascinante e tem o “efeito Disneyland”, aquele que te faz estar sempre a sorrir (quase com cara de parvo) e com os olhos a brilhar, independentemente se tens 8 ou 80 anos. O Natal não é a minha época festiva preferida, mas aqui é impossível ficar indiferente. Sabes qual foi o meu maior sentimento? Abraçar tudo o que via de tão querido que era e trazer para casa. As casas, as fachadas dos estabelecimentos, as pontes, as árvores... Tudo, apetecia-me abraçar tudo!

O que visitar

     Como todas as cidades tens imensas coisas para ver e é sempre bom levar umas notinhas dos pontos mais interessantes, mas ao contrário da maioria, o melhor de Colmar é andares sem destino e vaguear livremente por todas as ruas. Como o centro histórico também é relativamente pequeno, consegues encontrar esses pontos de interesse mesmo sem estares propriamente à procura deles. É tudo tão bonito e cheio de cor :)

Places des Unterlinden

Esta praça fica no centro da cidade e é onde se encontra o posto de turismo e o Museu Unterlinden (que falarei mais abaixo). Sugiro que comeces por aqui e entres no posto de turismo. Tem mapas gratuitos e folhetos com sugestões de locais a visitar.

Maison des têtes (Casa das Cabeças)

Há algumas coisas peculiares que vais encontrar em Colmar e a Casa das Cabeças é uma delas… Esta casa data de 1609 e é uma das mais famosas e emblemáticas da cidade. É renascentista e destaca-se pela decoração que, não tem nada mais nada menos do que, 106 esculturas de cabeças humanas como elementos decorativos, daí a origem do seu nome. Este edifício já funcionou como bolsa de valores, mas atualmente é um hotel de luxo.

Le Village Hansi e Museu Hansi

“Hansi” é o ilustrador mais famoso da Alsácia. Tem uma loja com muitos dos seus objetos à venda que, na sua maioria, representam símbolos e tradições da região. Esta não é uma loja qualquer, é uma loja cheia de coisinhas mimosas onde te vai apetecer comprar tudo! Na altura do natal imagina só como está a decoração :) apesar dos preços não serem 100% convidativos, aqui é o melhor sítio para comprares o recuerdo da tua viagem, é que todos os outros têm preços ainda mais elevados.

Aqui mesmo também tens entrada para o “Museu Hansi”, onde estão expostas as obras deste artista. A entrada tem um custo de 5€ para adultos e de 3€ para crianças entre os 3 e os 13 anos.

Place des Dominicains

Aqui fica a igreja des Dominicains. A sua construção começou em 1283 mas só se deu como concluída na primeira metade do século XIV. Eu não visitei o interior da igreja, até por uma questão de tempo, mas segundo o que li não é completamente indispensável. Neste largo estava um belíssimo mercado de Natal :)

Preço: 1.50€

Place de la Cathedrale

Nesta praça fica a Catedral de São Martinho de Colmar. É de origem gótica e foi construída entre 1235 e 1365. É linda! A fachada faz lembrar o castelo da Bela Adormecida com os seus vitrais.

Aqui ficava mais um mercado de Natal, com diversas árvores, carrosséis e barraquinhas de comida tradicional. À noite, graças à iluminação natalícia, tudo ganha ainda mais cor.

Maison Adolph

Tinha esta casa assinalada no meu roteiro e acabei por a encontrar ao acaso. É a mais antiga da cidade (1350) e é muito engraçada. Apesar de estar num local de propriedade privada, é possível tirar umas fotografias.

Rua dos Mercadores

A Rua dos Mercadores é uma das mais bonitas e importantes de Colmar. Aqui concentra-se muito comércio local e tradicional e há uma grande afluência de pessoas.

É também nesta reta que vais encontrar as emblemáticas Maison Zum Kragen e a Maison Pfister, que se destacam pela decoração.

Maison Zum Kragen

A Maison Zum Kragen (1419) tem um mercador esculpido na fachada. Pode ser visitada de 2ª a 6ª entre as 10h e as 18h de forma gratuita.

Maison Pfister

A Maison Pfister (1537) tem nos seus vitrais várias representações bíblicas.

La Petit Venice

Sabias que Colmar tem uma “Pequena Veneza”? :P É verdade… Nesta parte da cidade há pequenos canais com pontes que, por incrível que pareça, ainda conseguem tornar este cenário mais mágico! Esta é certamente uma das zonas mais cobiçadas e fotogénicas da cidade. Sinceramente, não desilude absolutamente nada!

Mercado Coberto de Colmar

Nenhum sítio fica com a visita completa sem que se visite um mercado local. Este tem imensos produtos regionais e podes ter aqui algumas experiências gastronómicas, como queijos ou pastelaria. O mercado fica mesmo ao pé da Petit Venice.

Placas indicativas

Não é um local para visitares, mas é uma chamada de atenção. Os estabelecimentos mais antigos e emblemáticos têm placas indicativas muito bonitas :) já é muito raro ver este tipo de objetos tão característicos.

Museus

Estes são três os museus mais conhecidos em Colmar:

Museu Unterlinden

Este é certamente o museu mais conceituado da cidade. Aqui podes ver obras de Picasso e Renoir. Fica mesmo em frente ao posto de turismo.

Preço: 13€ adulto

Museu Bartholdi

Talvez não saibas, mas o criador da Estátua da Liberdade, aquela mesma que está em Nova Iorque, era natural de Colmar. Frédéric Auguste Bartholdi tem um museu em sua honra e algumas das suas obras estão espalhadas pela cidade. Ao lado do museu fica a casa onde nasceu e, em frente à porta de entrada, podes ver uma destas obras, a “Les Grands Soutiens du Monde”. Uma outra é a “Fontaine Lazare de Schwendi” e está na Place de L’Ancienne Douane.

Uma curiosidade engraçada é que vais ver setas, no chão, com a imagem da Estátua da Liberdade que te leva até ao museu.

Preço: 6.50€ adulto

Museu du Jouet

Se gostas de museus com temáticas diferentes, este pode ser indicado para ti: é o museu do brinquedo.

Fica atento ao relógio que o último horário de entrada é às 17 horas.

Preço: 5.70€ adulto

Outras sugestões:

    Colmar é uma das cinco pequenas cidades que fazem parte da rota dos vinhos. Esta zona de França é bastante conhecida pela produção vinícola de grande qualidade. Sendo ou não apreciador de vinho, todas as terrinhas são muito semelhantes a Colmar e, por isso, lindas de morrer! Passar uma semana por aqui deve ser um encanto e fiquei com muita vontade de descobrir mais.

Eguisheim

     Uma das localidades próximas que podes conhecer é Eguisheim. Fica apenas a 6.5km e parece tão bonita como Colmar :)

Estátua da Liberdade 

    Provavelmente das curiosidades que achei mais interessantes é que Colmar tem uma réplica da Estátua da Liberdade. É fantástico! Infelizmente não a consegui ver porque fica numa das pontas da cidade e, como referi, esta viagem teve o tempo bastante contado (mas tem de ficar sempre uma razão para voltar…).

Passeio de barco

    Se tem uma “Petit Venice” tem de ter barquinhos para passear nos canais, e tem mesmo! Os dois pequenos portos que vi estavam encerrados. Não sei se foi pela altura do ano (inverno), se por ser domingo (na França é habitual algumas coisas não funcionarem) ou se foi apenas coincidência. Li algumas opiniões que o passeio de barco pode ser dispensável, ainda assim, se tivesse tido oportunidade, certamente o teria feito.

Passeio de bicicleta

     Andar de bicicleta começa a ser uma das formas mais fáceis e práticas de visitar uma cidade. A minha ideia inicial era alugar uma para ir até Eguisheim visto serem apenas 6.5km. É certamente o que vou fazer na próxima visita :p no centro da cidade encontras algumas empresas de aluguer.

Quanto tempo ficar?

     O centro histórico de Colmar é o que merece mais atenção por parte dos visitantes. Diria que um dia é suficiente para percorrer calmamente todas as ruas. Se for na época natalícia, um dia e meio, para poderes aproveitar os mercados de natal.

Melhor altura para visitar

     A esta altura do artigo já se tornou óbvio que o Natal é a época preferencial para visitar Colmar. Estes pequenos mercadinhos e a decoração da cidade valem por tudo! No entanto, direi com toda a certeza que em qualquer altura do ano vais ficar fascinado com esta cidade.

Onde ficar

     Fiquei alojada num AirBnb, algo que já não acontecia há cinco anos, curiosamente também em França. Com toda a história do cancelamento do voo e a escolha de um novo destino, este quartinho era a ÚNICA opção. Foram 60€ por uma noite em casa da Rosalie, uma host muito simpática e prestável que nos deixou completamente à vontade. A casa fica a cerca de 10 minutos a pé da estação central e 20 minutos do centro histórico. Tem uma paragem de autocarro a apenas uns metros e um supermercado ideal para abastecer de mantimentos.

     Se quiseres ir na altura do Natal, recomendo que faças a reserva de alojamento o mais rápido possível. Ainda faltavam dois meses e a segunda opção “mais barata” custava 380€ uma noite num hotel (portanto não era opção nenhuma sequer…).

Caso tenhas interessar, deixo o link da Rosalie :)

Transportes

Como chegar a Colmar:

     Eu fui do aeroporto de Basileia para Colmar. São cerca de 60km e demorei 1h30 a fazer este trajeto de transportes públicos. Em primeiro lugar tens de apanhar um autocarro do aeroporto para a gare de St. Louis, cada bilhete custa 2.50€. Depois, apanhar um comboio até à estação central de Colmar por 7€ por pessoa. Presta atenção aos horários dos transportes. Aos sábados são reduzidos, mas ao domingo tudo funciona em serviços mínimos.

     Sinceramente, já que iria estar apenas 24 horas na cidade, a melhor opção teria sido alugar carro para aproveitar melhor o tempo e evitar o constrangimento de combinar ligações de transportes ao domingo.

O meu voo Lisboa – Basel – Lisboa ficou por 30€ ida e volta pela Easyjet. Marquei com uns quatro meses de antecedência e relembro que Basel era ponto de escala para seguir até Estocolmo. Como o voo foi cancelado, a única opção compatível era passar um dia aqui e seguir depois para Copenhaga.

Como circular em Colmar:

     Dependendo do sítio do alojamento, o centro histórico é perfeito para conhecer a pé, nem se justifica de outra forma. No caso de ficares mais afastado, a rede de autocarro funciona bastante bem (exceto ao domingo). Cada bilhete custa 1.40€ por trajeto, no entanto, há um de 24h que custa 3.60€. Foi este último que comprei, mas no meu caso acabou por não se justificar uma vez que ao domingo os horários são quase inexistentes e, depois de quase uma hora à espera, acabei por ter de ir para o centro da cidade de uber.

O que comer:

     O facto de existirem tantos mercadinhos de Natal acabou por me facilitar a vida. Sempre que há esta opção, acaba por ser a minha escolha. Em primeiro lugar, porque nas feiras ou mercados se vende o que é mais tradicional na região (como nós, em Portugal, há sempre bifanas e chouriça assada) e, em segundo, porque geralmente fica mais barato. Estes mercadinhos tinham imensas opções de comida típica, como o scargot, ganso, carnes fumadas e algumas iguarias com queijo. No entanto, como esta região tem fortes influências alemãs, também pratos com sauerkraut (um tipo de couve avinagrada) faziam parte das ementas tradicionais.

      Eu acabei por comer estas batatinhas com carne fumada. Foi uma escolha acertada! Custou 12.50€ por pessoa (era a porção maior e eu sou uma pessoa de muito alimento), a mais pequena custava 7.50€.

Vinho quente

     Vinho quente é uma bebida tradicional do centro da Europa no inverno e aqui não faltavam barraquinhas a vendê-lo. Achei o cheiro um pouco desagradável e pensava que não ia gostar, portanto não fiz muita questão de provar. Acabei por não resistir em Copenhaga e, além de ser saboroso, ajuda a aquecer :P

Chocolate quente

     Tudo o que se pede em época de frio é um chocolate quente. Bebi um logo quando cheguei e não morri de amores. O leite era bastante forte e tinha canela à mistura, portanto acho que era uma dica de que devia ter provado logo o vinho!

Pastelaria

     Um sinónimo de França é pastelaria. Há duas em cada esquina e todas as montras têm ótimo aspeto! Não resisti à Maison Alsacienne du Biscuiterie e comprei uns bolinhos. Todos os que provei são deliciosos, mas fiquei rendida ao de chocolate que sabia a petit gâteau.

Também tinha na minha lista a pastelaria “Au croissant Dore”, mas estava cheia e acabei por não entrar.

Restaurantes

     Como jantei no mercado de Natal acabei por não comer em nenhum restaurante, mas como esta era a ideia inicial, perguntei à Rosalie (a host) algumas sugestões boas e baratas. Ia deixá-las, soubesse eu onde está o papelinho... Ups! Apenas sei que todas as opções estavam acima dos 20€ por pessoa. Vou encontrá-lo e entretanto atualizo aqui ;) 

Custo de vida

     Colmar é mais caro do que estava à espera. Há cinco anos que não ia a França e apenas tinha como base o custo de vida em Paris. A refeição mais barata que encontrei num cardápio tinha o custo de 18€ por pessoa. Todos os restaurantes praticam valores acima disso, sendo a média os 20€. Para uma cidade relativamente pequena, também achei o valor dos bilhetes dos museus um bocadinho elevado, corresponde mais a cidades maiores.

     Quanto ao alojamento, paguei 60€ por uma noite num AirBnb e, como referi, foi o mais barato que encontrei. Não sei se será assim noutros meses, mas na época natalícia os valores praticados chegam a ser muito superiores. Este valor é consideravelmente acima da média que costumo pagar em qualquer cidade.

Se pretendes fazer uma viagem mais low cost, serve-te dos supermercados para ter alguma comida sempre contigo e se encontrares um restaurante mais em conta, partilha comigo!

Pessoas

     Por norma os franceses são pessoas simpáticas, especialmente os que encontras a trabalhar em espaços de comércio, e bastante prestáveis. Mais uma vez destaco a amabilidade da Rosalie por nos ter recebido tão bem em sua casa e por todas as sugestões que nos deu.

Sobre os mercados de Natal

     Colmar podia ser sinónimo de Natal. O ambiente que se vive aqui nesta altura do ano é fascinante! Tem cinco mercados de Natal espalhados pelo centro histórico e todos eles têm barraquinhas com comida, bebida e diversos objetos à venda. À parte disso, alguns têm carrosséis para grande alegria dos mais pequenos. Pelas ruas e pelas praças, a decoração é de fazer inveja! Está tudo, mas mesmo tudo enfeitado de luzes e de cor. Se durante o dia é bonito, à noite tudo se transforma. Algumas fachadas têm projeções em movimento a simular queda de neve ou a chegada do Pai Natal. Há dezenas de árvores, de bolas, de prendas e trenós. Em Colmar vive-se mesmo a magia do Natal e, para mim, foi o melhor sítio que visitei nesta quadra!

Esta viagem foi uma prova de que temos de tirar o melhor partido das situações menos favoráveis. Tenho a certeza que vou gostar muito de conhecer Estocolmo, mas Colmar e Copenhaga foram sem dúvida a melhor forma de terminar 2019, um ano cheio de viagens maravilhosas! 

Segue as minhas aventuras no Instagram :)