Tens medo de te perder em viagem? O pior é quando te perdes de ti



    As perguntas mais difíceis que nos fazem são aquelas cuja resposta é sobre nós. Como é que és? Como é que te vês? O que achas que os outros pensam de ti? Quais são as tuas maiores qualidades? Quais são os teus maiores defeitos? 
    Basta recordarmos as autoavaliações da escola, ou até mesmo no trabalho para quem as tem. Raramente éramos, ou somos, justos e honestos. Ficava mal acharmos que merecíamos “tanto”, então ficávamos pelo “menos um bocadinho”. Agora que penso nisso, se calhar a dificuldade nem estava na atribuição de um valor ou uma categoria, o problema podia ser a falta de jeito para o justificar. Tendemos a ser modestos em relação a nós. Inferiorizamo-nos, julgamo-nos, comparamo-nos, quando deveria ser ao contrário. Tenho cada vez mais apreço pelo sentido de “noção” e acho que ela é uma fatia importante na nossa vida enquanto seres pensantes, tanto para o bem, como para o mal. Mas então, tendo noção de que matéria somos feitos, das nossas capacidades e das nossas fragilidades, porque não nos apresentamos tal como realmente somos?
    Cá vai... Uma coisa que nunca fiz. Vejo-me como uma pessoa muito positiva, com muita energia, uma alegria própria, sorridente, bem-disposta. Crio empatia ao primeiro impacto, consigo fazer conversa com qualquer pessoa, sei encaixar-me em qualquer grupo e sei que consigo captar a atenção para mim. Gosto de uma boa discussão política e de assuntos internacionais, mas também me sinto muito bem numa pista a dançar, a cantar e de copo sempre cheio na mão. Tenho aqui um lado racional um bocadinho frio, consigo separar muito bem o que me faz bem e mal, quem me quer e não quer, quem se preocupa comigo ou não pensa em mim. Sei deixar ir, às vezes faço por deixar ir, mesmo que possa custar. Sempre fui popular, com muitas pessoas à minha volta. Tanto é que, na primeira noite que me mudei para Lisboa, percebi que nunca tinha estado sozinha. Tinha 23 anos na altura. Com o crescimento vamos percebendo que os nossos pais sempre estiveram certos e que, quando diziam que um dia os amigos se iam contar pelos dedos das mãos, tinham toda a razão. Aquela euforia de entrar num sítio qualquer e trezentas pessoas levantarem os braços porque tu chegaste? Já não acontece, e ainda bem. Sou uma grande amiga para os meus. Nunca os deixo na mão, antes de caírem já lá estou para os segurar. Quero-lhes tanto bem como para mim. São um pilar na minha vida. Já a família é o meu núcleo duro. Custa-me estar longe. Somos pouquinhos, mas não fazemos nada um sem os outros. São eles que me seguram quando o chão está a tremer e é neles que confio para isso. Às vezes apontam-me o dedo, porque lhes digo o que sinto, sem filtros, mesmo que possa magoar um bocadinho. É assim que sou para aqueles que mais gosto. Não acho que seja injusta nisso, mas considero que o sou quando descarrego as minhas frustrações no mais próximo de mim. Sou má nisso. Tenho de aprender a ser mais ponderada. Também sou impaciente, às vezes um bocadinho egoísta, no sentido de muitas vezes pensar em mim primeiro (e sinceramente, na maioria delas não acho isso mal). Sou calculista, consigo imaginar vários cenários e antecipar-me a eles. A teimosia nasceu comigo, quero levar sempre a minha avante, se bem que acho que já foi mais aguda. Das coisas que menos aprecio em mim é a indecisão, às vezes é até nas coisas mais básicas, como “como carne ou peixe”. Nos assuntos mais sérios tendo a ser mais assertiva. E aqui vem uma das coisas que me caracterizam, sou lutadora e persistente. Quando traço um objetivo eu vou até ao fim. Não venha ninguém dizer-me que não consigo, porque aí, garanto que vou mesmo conseguir! Aqui está outro ponto importante, que nos leva à crítica. Acho que nunca aceitei muito bem a crítica, mas agora acho que é um importante ponto de reflexão. A crítica por si só, ao primeiro impacto, tem uma conotação negativa, e aqui está o erro. O importante da crítica é a análise sobre ela. Tem validação para eu a aceitar? Sim, não e porquê. Este é agora o meu método. Não aceito críticas que não tenham fundamento, que são vazias, apenas para apontar o dedo. Não aceito críticas de quem não me conhece e tira ilações baseadas em qualquer coisa, sobretudo em relação ao meu trabalho ou à minha integridade. Aceito críticas quando são construtivas, fundamentadas e com o propósito de mostrar um outro ponto de vista ou uma forma de melhorar. Sou muito forte neste pensamento e também me considero forte noutras coisas. Não vejo nada como impossível. As nossas capacidades estão à altura dos nossos sonhos. Conheço-me para saber o meu valor. Sou feita de rosas e espinhos, mas sei de que matéria sou feita. 
    A questão é... Se sou tão segura de mim, se sou lutadora, persistente, se tenho uma boa relação com os outros, se me expresso com facilidade, quando é que comecei a sentir-me perdida de mim própria?
    Se deixaste de ter vontade de ir para o trabalho, isso é grave. Se deixaste de ter vontade de ir ter com os teus amigos, isso é grave. Se às vezes não te apetece estar com a tua família, isso é grave. Se não te apetece conversar com ninguém, isso é grave. Se deixas de ter energia para fazer as tuas próprias coisas, isso é grave. Se deixas de dar atenção aos que mais gostas, isso é grave. Se não te apetece fazer o que mais gostas, isso é grave. Isto sou eu, nos últimos tempos, isso é grave. 

14h26,
18 de dezembro de 2021

   Os últimos meses foram um autêntico turbilhão. Sentia-me numa maratona desenfreada a tentar manter a cabeça à tona para conseguir respirar, tal era o sufoco. Escrevi o que está acima no meio de uma epifania, entre raiva e choro, de descontrolo absoluto. O que despoletou isso? Era um dia aparentemente normal, a arrastar-me da cama, cansada. Na verdade, cansada não, exausta. Sem energia nenhuma, mas a viver mais um dia. Olhei para as divisões da casa e nada estava como queria. Devia estar mais limpo e arrumado (sou um bocado paranoica com isso). Queria fazer as tarefas mas não tinha força. Chorei tanto que fiquei ainda com menos forças, mais cansada, mais exausta. Peguei no computador e num ato de fúria e descompressão comecei a escrever. Deu nisto. Agora de cabeça fria posso dizer que esse ataque poderia ter durado um pouco mais, porque o que escrevi está bom! Pena não ter chegado até ao fim. Não me culpo porque, nessa altura, não conseguia fazer nada até ao fim. Nem as limpezas consegui acabar.  

    Fazendo a ligação deste momento com o que estava a viver, a conclusão é fácil: estava extremamente infeliz, perdida, sem rumo, cansada, farta. De tudo e de todos. 

    Tudo o que relatei sobre mim está correto. Era incapaz de o fazer melhor agora. A questão é, sendo a pessoa que me descrevo acima, o que me levou a esse ponto de rotura comigo própria? Agora já posso falar abertamente sobre isso.

   Há uns dias fui a um politécnico falar sobre o meu percurso numa Feira de Emprego (é quase caricato). Disse aos alunos a verdade sobre mim: tenho o percurso mais linear que alguém podia ter. Sempre soube o que queria ser e onde queria estar. Na transição do ensino básico, onde muitos andam às voltas entre seguir letras ou científicas, isso nem foi uma questão para mim. Letras. Na entrada para a universidade, não houve um dia em que me questionasse sobre o curso que iria seguir. Ciências da Comunicação. Para continuar e seguir mestrado, nem sequer existiu hesitação. Jornalismo. Era isto. Sempre foi isto. Desde pequena que sabia que queria ser jornalista. O foco sempre esteve apontado nessa direção e eu limitei-me a seguir o meu sonho e a minha vontade, sem qualquer barreira pelo caminho. 
   Desde cedo que me diziam que estava talhada para o ser. A minha personalidade, inquieta, com sede de saber mais sobre tudo, a mania de questionar, investigar e até querer ser justiceira do mundo, nunca deixaram margem para dúvidas. 
    Fiz todas as etapas com sucesso, incluindo o estágio curricular que me deu lugar na empresa que queria, a trabalhar no que queria: televisão. 
    Ali, entrei de forma estratégica como produtora de informação. Estávamos em 2016 e o emprego não era uma coisa que abundasse. Conseguir um trabalho no meio era algo extremamente difícil e eu, pensando sempre mais à frente, achei que era um plano inteligente fazer algo que fosse complementar ao que já tinha aprendido para as minhas opções serem mais vastas na hora de procurar trabalho. Ainda hoje acho que foi a escolha certa!
    Trabalhei muito, dediquei-me a 100% e fiquei. Durante muito tempo fui feliz, mas não exatamente realizada. Queria mais. Queria o que sempre quis, ser jornalista. Não é que me achasse menos por não ter uma carteira profissional no bolso, mas lá está, queria mais. Queria fazer coisas minhas. Internamente, tentei isso muitas vezes. Sempre que a mudança estava para se dar, acontecia algo completamente alheio a mim e voltava à “sala de espera”. Um mês, dois, meio ano, um ano... Dois anos... Passou demasiado tempo. Nesta fase, não se tratava só de funções. Sentia-me completamente estagnada a nível profissional e financeiro. Quando há uma dessas coisas, a outra acaba por se equilibrar por ela própria. Quando não há nenhuma, então não há motivação que nos valha. 
    Comecei a sentir-me assim, farta, aborrecida. Um dia cheguei a casa a chorar. Outro dia entrei no carro a chorar. Outro dia chorei assim que passei o portão para a rua. Chegou a altura em que me apetecia chorar lá dentro. Foram precisos muitos episódios destes para me começar a aperceber que algo não estava bem e que aquela atitude não era normal. Seguiram-me muitos dias de lágrimas no carro, muitos dias de choro ao chegar a casa. Não me apercebia sequer do momento em que começava, muitas vezes só dava por mim quando já estava ofegante. E tudo isto porquê? Não tinha resposta... Sinto-me triste, dizia... Aconteceu algo? Não... Não tinha um motivo único a apontar. Estava vazia. Não conseguia refletir sequer. Andei meses a fio nisto. 
    Lembro-me perfeitamente do momento do primeiro clique. Estava em minha casa, com a minha família, sentada no sofá e as lágrimas começaram a cair. Ninguém percebia nada. Foi tão frustrante! Queria tentar explicar mas também não conseguia. Não valia a pena. Contudo, a partir daí, decidi ficar mais atenta aos meus próprios comportamentos. Andava numa montanha-russa, mas nesta eram mais os picos baixos do que os altos e não sentia borboletas na barriga da adrenalina. 
    De forma inconsciente, arranjei muitas desculpas a mim própria. Queria mudar, mas não queria. Queria algo novo, mas não queria. De uma forma inesperada, uma mudança veio até mim. Costuma dizer-se que “se não se morre do mal, morre-se da cura”, nesta situação, eu morri dos dois. 
    Durante três meses acordei às quatro da manhã para ir trabalhar. Logo eu, um morcego desassossegado. Durante três meses, dormi de forma repartida. Cerca de quatro horas à noite e depois mais umas duas horas durante o dia. Não era sustento para ninguém. Apesar de não conseguir criar uma rotina nestes moldes, fez-me bem sair de outra rotina que já tinha há tanto tempo. É um paradoxo do caraças! Entre o trabalho convencional e o que faço no blog, nas últimas semanas da minha maratona estava a trabalhar uma média de 15h/16h por dia. Cheguei a contabilizar várias vezes 19h... É de dar em doidos! E sim... Estava a ficar maluca.
    Gosto de viver tudo de forma muito intensa, sobretudo as minhas viagens. Quando estou a viver algo marcante, que sempre sonhei em concretizar, digo sempre “espero nunca me esquecer deste momento”, mas a minha memória estava a atraiçoar-me. Ao início, em jeito de brincadeira e desvalorização, dizia para os que me rodeiam que estava a ficar Dory, mas ninguém quer ser uma Dory. A memória e o raciocínio são o que nos caracteriza enquanto seres pensantes. Fazia ações repetidas ou simplesmente não as fazia porque não me lembrava delas. Foi aí que tive o meu segundo clique, e o mais grave de todos. Numa conversa corriqueira, de mais um dia de desabafos de inquietações, disse algo como “não pode ser, porque eu tenho... Quantos anos é que eu tenho?!”. Caiu-me o mundo aos pés. Já me tinha esquecido de fazer tarefas, dar recados, enviar emails, sei lá, tantas coisas, mas da minha idade?! Que cansaço extremo justifica nos esquecermos de algo tão significativo como quanto tempo temos? Nenhum. Relembraram-me então que tinha 28 anos. Nesse momento, disse para mim mesma que tinha 28 anos e não me podia esquecer disso. 
    Os dias seguintes foram duros. Muito duros. Já sabia que tinha um problema, estava a tentar resolvê-lo com muita autorreflexão. Tentava arrumar as gavetas do pensamento e procurava organizar tudo como tanto gosto de te organizado. Soube naquele momento, de forma definitiva, que o percurso linear que tinha feito até então, ia acabar. 
    Um novo ano é sempre tempo de definir novos objetivos, eu já tinha definido os meus antes, mas nessa noite aclarei-os. Entrei em 2022 na praia, a ouvir o mar, de forma muito calma e serena. Um copo de vinho numa mão, um ticket de supermercado e uma caneta na outra, a escrever. Já não sei quais eram todos os desejos dessa lista, mas cumpri o primeiro poucos dias depois: deixei o meu trabalho. É curioso que, pouco passava da meia noite, e a primeira música que me veio à cabeça foi “Quero é Viver”, do Variações. E quero. 
Esta foi a decisão mais difícil que já tomei na vida. Nunca, mas nunca, mas nunca me imaginei a fazer algo assim. Sempre me imaginei a construir uma carreira sólida, não a acabar com ela sem ter outro lugar garantido. Foi difícil digerir todos estes sentimentos, nomeadamente a tristeza e até alguma frustração. 
Foram mais de cinco anos no mesmo espaço, num meio que é parte de mim, com pessoas de quem gosto muito e me ensinaram tanto. Doeu. Mas nada se compara ao que andava a sofrer há meses. Eu senti que era o meu momento. 
Para chegar aqui, o caminho foi sinuoso. Tive de me resolver muito bem comigo, com as minhas ideias e com os meus novos objetivos. Percebi que está tudo bem em não estarmos sempre bem. Percebi que não temos de ter um percurso linear, pode muito bem ser feito de curvas e contracurvas. Percebi que não temos de ficar para sempre no mesmo lugar, mesmo que outrora esse já tenha sido o nosso sonho. Percebi que a nossa vida são as escolhas que nós fazemos e o nosso estado de espírito é o resultado do alimento que lhe damos. A verdade também é uma... Quem é que da minha geração quer um trabalho para toda a vida? Nós procuramos o desafio constante e quando ele acaba é como uma fonte que seca.
Agora já não tenho problemas em falar, em admitir que estava a entrar (ou estava mesmo) numa depressão. Os problemas mentais não escolhem idade. Não somos mais fracos por passarmos por isso, não! Neste momento, sinto-me a revitalizar, com energia e com luz. Sinto-me eu. Não posso dizer que já passou tudo, ainda tenho nós por deslaçar, mas já se torna mais fácil de lhes encontrar as manhas. 
Considero que tudo na vida é uma aprendizagem. Descobri um lado meu, mais negro, que não conhecia, mas também aprendi a dominá-lo. No meu maior momento de fraqueza, decidi ter força. Têm-me dito muito que o que fiz foi um ato de coragem e que um dia vou olhar para trás e ter orgulho em mim. Acho mais que o que fiz foi um ato de sobrevivência do meu ser e não preciso que passe tempo para ter orgulho em mim, sempre tive, apenas me esqueci disso durante algum tempo.
A sociedade molda-nos de muitas maneiras, mas nunca nos podemos esquecer que na nossa vida, nas nossas decisões, mandamos nós. 
Sinto-me muito grata por ter passado por tudo isto. Não vou permitir deixar-me chegar ao mesmo ponto outra vez, porque agora já conheço o buraco. Não vou permitir determinadas coisas na minha vida. Vou sempre fazer por mim e pela minha felicidade. Aprendi que podemos ter várias vidas dentro da nossa vida e eu estou a recomeçar uma nova. O engraçado é que ainda não sei qual é o caminho que quero seguir, mas não me sinto perdida. Sinto-me leve. Não tenho medo nenhum de recomeçar e, se por acaso não der certo e cair, só tenho de me levantar, sacudir o pó e começar novamente. Sei de que matéria sou feita, mas não tenho de saber tudo o que quero para a minha vida, a não ser quero estar feliz. 
Considero que devia ter pedido ajuda especializada. Certamente teria derretido a minha bola de neve mais rápido. Também podia ter falado com os meus mais cedo, mas não me sentia capaz, porque não me estava a perceber e, portanto, não conseguia exteriorizar. Falar ajuda. Em primeiro lugar, falar é assumir o problema e dar o primeiro passo para o resolver, seja ele qual for. 
Apesar do ponto sem retorno se ter focado mais no trabalho, não significa que tenha sido só e apenas essa a causa, foi a maior, talvez, mas não a única.
Também é preciso deixar claro que tentei sempre mudar e alterar as situações. Nunca fui de me acomodar e esta não foi exceção. Não fiquei calada ou sentada à espera que o que quer que fosse me viesse cair ao colo. Não sou nada disso. Lavro a terra onde quero colocar as sementes e colher os frutos. Fiz o que achei que tinha de fazer, até me retirar. 
Mudar de vida não significa deitar a toalha ao chão, mais depressa é levantar os braços e agitá-la como se fosse uma bandeira. E estamos sempre a tempo de tudo! Ao longo desta batalha de várias frentes, algo com que tive de lidar foi a explicação de toda a situação aos meus pais e à família mais chegada. As reações não foram iguais na primeira abordagem. A minha mãe, mãe galinha, foi quem teve a pior. Não queria acreditar que ia trocar estabilidade por nada. Eu percebo, é difícil assimilar. No entanto, foi quem teve o comportamento mais inesperado também. Depois de muitas conversas e perceber realmente que não estava feliz e não havia forma de ficar, um dia, ao telefone, disse-me que eu tinha razão. Não temos de dispensar os melhores anos da nossa vida e o nosso tempo aos outros, em prol de nada. Despediu-se e está a começar uma nova vida na sua vida. Uma das coisas que lhe disse, enquanto justificava a minha decisão, é que já tinha pensado muitas vezes no pior cenário possível. E qual é ele? Arranjar outro trabalho e ganhar dinheiro para me sustentar. Mas não é óbvio? Não podemos deixar de ter dinheiro, mas podemos fazer mil e uma coisas para o ganhar. 
Passaram dois meses desde que deixei oficialmente o meu trabalho, pareceram dois dias, mas têm acontecido tantas coisas que parecem dois anos! Coisas boas, daquelas que dão força, ânimo e voltam a fazer-me pôr as garras de fora. Estou pronta para o que vier. Quero é viver. 

Nunca te esqueças de quem és, qual é a tua essência e o que procuras para ti. Pensa sempre em ti, independentemente de quem está à tua volta. Se não estiveres feliz, os teus também não estão. Não deixes sonhos por concretizar, independentemente de quais sejam. Nunca te esqueças que o tempo, bom ou mau, passa sempre, e é a única coisa que não se recupera nunca. Não tenhas medo de arriscar, porque o pior cenário que pode acontecer é teres de recomeçar. Toma cada momento, bom ou mau, como uma aprendizagem. Não penses em derrotas, apenas em maus momentos, que certamente te levarão até algo melhor. Não penses que só os outros é que podem, tu também és capaz. Valoriza-te todos os dias!

    Este é o testemunho de quem não estava bem. É o meu testemunho. Partilho-o para que, se alguém estiver a passar pelo mesmo, saiba que não está sozinho. Não tenhas complexos em pedir ajuda. 



Obrigada aos meus pela força e apoio que me dão, sempre, mas sobretudo por acreditarem em mim num dos momentos mais difíceis da minha vida.

Obrigada aos meus colegas da TVI/TVI24 e CNN por mais de cinco anos de aprendizagem e companheirismo. 



Comentários

  1. Gratidão por te deixares ler assim. Inspiradora!

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  2. Amei o teu texto amiga ❤️ Poderia escrever imenso mas vou só deixar isto para não ficar grande… quando referes que pessoas te dizem que tiveste coragem eu entendo porque tu dizes que não foi coragem mas sim sobrevivência, acredita que entendo mesmo… um coisa sei te dizer, foi maturidade 🙌🏻 E foi também muita força, que só quem passa por momentos parecidos, sabe o quão difícil é ir buscá-la 😮 tu és Uma Pessoa Incrível e como TU são precisas imensas neste Mundo ❤️
    Beijinho graaaande do Mica 😘😘

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  3. Identifiquei-me muito com o texto Daniela. Infelizmente eu também já sei onde é o "buraco" e essa também foi a gota de água para sair dele. Parabéns pela coragem e pela ajuda que podes estar a dar a outros. O caminho é em frente e nós somos capazes de muito mais do que julgamos ☺️

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  4. Por detrás deste grande texto está uma GRANDE mulher. Simpática, divertida, cheia de vida. Fico Feliz por agora estares bem, às vezes necessitamos de dias menos bons , ter coragem de os enfrentar e superar para os dias melhores virem. És uma rapariga lutadora e não tenho dúvidas que vais conseguir alcançar todos os teus sonhos. Beijinho grande e continuação de uma boa jornada 😘

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  5. Grande texto 💕 parabéns pela coragem, é de facto preciso cortar amarras com aquilo que nos faz mal ou não nos deixa felizes. Cortar com o trabalho sem ter outro em vista é mais complicado pela nossa educação, fomos formatados para estudar para ter um curso e uma profissão segura... Muitas felicidades na tua escolha Daniela, sigo-te lá no insta, mais prático, á distância de um deslizar de dedos 😁😁 e gosto muito 💕😘😘

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  6. Minha querida Daniela.... só hoje li este texto... amei ... és tu genuína

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