6 dias por Itália - Roteiro


    Há coisas que acontecem sem as termos planeado e que vêm no tempo certo. Desde que começou a pandemia, Itália era o país de que mais tinha sentido saudades. Já tinha estado em Veneza, Roma, Vaticano e Florença em 2014, o último país que fiz no InterRail. Tinha voltado a Roma e ao Vaticano em 2017, porque nunca é demais regressar aos sítios que gostamos. Não é ao acaso que este é um dos meus países preferidos! É a História, a grandiosidade dos monumentos, a gastronomia, a amabilidade das pessoas, as surpresas em cada rua, que me fazem sempre querer regressar. Sonho em um dia fazer o país de norte a sul, porque são tantas as cidades que merecem uma visita! 

    Há um ano e meio que não saía de Portugal. A vontade era mais que muita, mas sinceramente não estava disposta a fazer uma viagem além-fronteiras com o encargo de pagar testes PCR (quando tudo melhorou, claro!). Por mais baratos que os voos estejam, essa despesa deixa de fora a concretização de uma viagem low cost como sempre faço. Decidi que ia fazer uma road trip pelo sul de Espanha, há muito também aguardada. O roteiro estava feito, faltava apenas uma semana e meia para arrancar. No entanto, por mais promissor que pudesse ser, não estava no meu deslumbre habitual.

    Passo o tempo a procurar voos para aqui e para ali, quando encontrei a 9.99€ uma ida até Itália, mudei automaticamente os planos e decidi ir. O coração ficou a palpitar e em poucos minutos desenhei uma nova rota para estes dias que tinha livres. 

    O sul de Espanha teria sido ótimo, mas Itália foi incrível! Não imaginas a quantidade de vezes que, sentada no sofá sem poder sair de casa, viajava nos pensamentos até Itália para ir atenuando a saudade. Não, claramente não podia ter sido outro o destino para o regresso às viagens internacionais! 

 

Por onde andei

    Foram cinco dias completos, regressei ao sexto, entre a região da Lombardia e da Toscana. Podes adicionar mais dias e incluir outras cidades próximas. Por aqui nunca te vai faltar o que ver :)

Roteiro – Milão em 1 dia


Roteiro – Cinque Terre em 1 dia


Roteiro – Florença em 2 dias


Roteiro – Pisa em 1 dia


(Os roteiros completos serão adicionados brevemente)

Como chegar a Itália


    De norte a sul, Itália tem 24 aeroportos. É fácil perceber que é muito simples chegar até este país. As maiores cidades são servidas por aeroporto e, mesmo que queiras ir até uma mais pequena, terás certamente um por perto. 
    Eu voei de Lisboa para Milão Malpensa pela Wizz Air e o voo ficou por 9.99€. Sem dúvida que foi um ótimo preço! Infelizmente o meu voo sofreu um atraso de quase 4h e isso influenciou o plano que tinha para o resto do dia. Contudo, são situações que não podemos controlar nem tão pouco resolver. 
    Este aeroporto fica longe do centro da cidade, pelo que tive de apanhar um autocarro até à estação central de Milão. O trajeto levou cerca de 1h e o bilhete custou 10€.
    Para regressar fiz Pisa – Lisboa pela Ryanair e o voo custou 16.99€. Este aeroporto fica muito próximo do centro. Já a contar com isso, fiquei alojada numa zona mais periférica e de manhã fui a pé para o aeroporto, foi uma caminhada de apenas uns 15min. Isto é luxo! :P 
   Como bagagem levei apenas uma mochila de 20L - a bagagem gratuita permitida pelas companhias aéreas low cost - e sim, coube tudo para seis dias e ainda sobrou roupa lavada! De inverno é mais difícil, mas sendo verão a roupa é mais leve e mais fina. Desafia-te a levar apenas o que realmente precisas :) 

Como circular 

Entre as cidades


    Quando faço várias cidades no mesmo país tenho por hábito alugar carro. Para este trajeto que defini, essa não seria uma boa opção. Além dos alugueres estarem bastante caros, entre cerca de 70€ a 100€ por dia, há que ter em conta que alguns sítios não são próprios para andar de carro, como o centro de Florença ou as Cinque Terre. 
    Os transportes públicos em Itália funcionam mesmo muito bem e sem dúvida que o preço compensava. Não tive dúvidas que a melhor forma seria andar de comboio de cidade em cidade.
   Há máquinas de venda automáticas em todas as estações e é muito fácil e intuitivo comprar o bilhete. Se quiseres saber mais informações, vê no site oficial da Trenitalia. 

    Para ficares com uma ideia dos preços, vou deixar aqui o que paguei por cada trajeto:

Milão – La Spezia 29€ (há alguns horários por 19€) 
La Spezia – Florença 14€
Florença – Pisa 8.70€

Nas cidades

    Qualquer um destes sítios é perfeito para andar a pé. Esta é a melhor forma de conhecer qualquer destino e também a mais económica, claro :) No entanto, no caso de Milão tive de optar por fazer alguns trajetos de metro. Como o meu voo atrasou fiquei com poucas horas para explorar a cidade, pelo que só visitei alguns dos principais pontos. Cada bilhete custa 2€ e tem a validade de 90 minutos. 

Alojamento

    Seja em que cidade for, Itália não é dos países onde o alojamento é mais barato. Um quarto duplo com casa da banho privada, num localização média, geralmente ronda os 50€ por noite. Até há bastante oferta, mas por norma as opções mais baratas ficam afastadas do centro e digamos que os alojamentos costumam ser mais antigos. 
    O facto de estarmos em pandemia pode ter-me beneficiado neste ponto e consegui ficar em alojamentos mais centrais, de melhor qualidade, por um valor mais baixo. Por exemplo, fiquei duas noites em La Spezia, a melhor cidade para pernoitar para quem quer visitar as Cinque Terre. Paguei 101€ e, nesta altura do ano, início de julho, este seria o preço por noite! Da mesma forma aconteceu nas outras cidades, 92€ por duas noites em Florença e 37€ uma noite em Pisa. Estes valores foram para duas pessoas.
    Sobre cada alojamento vou falar no roteiro específico de cada cidade. 

Gastronomia


    Para mim, Itália é dos melhores países do mundo ao nível da gastronomia. São mil e um tipos de massa, pizza deliciosa, sobremesas fabulosas... Já estou com apetite só de pensar! É muito fácil ficar satisfeito com a oferta de qualquer restaurante e isto é tanto pela qualidade dos produtos como pelo custo dos mesmos. 
    Uma massa básica, digo isto para aquelas só com molho, ou lasanha custam cerca de 8€, uma carbonara uns 10€, e outros tipos, como com frutos do mar, rondam os 12€. Também é muito fácil encontrar menus turísticos, isto é, um menu com prato e bebida ou então com entrada, dois pratos e sobremesa, às vezes já com bebida também, por um valor bastante simpático, a rondar os 15€/17€.
    Para refeições mais rápidas não faltam opções de venda de pizza à fatia. Foi em Milão que comi a melhor, por apenas 1.25€! 




    Há opção para todos os gostos e carteiras, mas talvez este seja um dos países em que é possível comer melhor por um valor mais acessível. 

Custo de vida 

    Já abordei a questão dos transportes, do alojamento e da alimentação. Com alguma pesquisa é possível conseguir preços simpáticos para estes pontos. De uma forma geral, Itália tem um custo de vida semelhante ao de Portugal, mais concretamente ao das grandes cidades. O que achei consideravelmente mais caro foram os preços dos alimentos no supermercado. Por exemplo, uma embalagem de fiambre custava mais de 3€... 
    Ainda assim, o que é muito acima do esperado são as entradas nos museus. Itália deve ser dos países com mais museus de interesse por m2, não fosse este o país das belas artes! É uma pena que os museus sejam tão caros e vou especificar o valor de cada um no roteiro da respetiva cidade. Só para ficares com uma ideia, tudo é pago e tudo custa mais de 10€. 

Taxas turísticas

    Talvez não saibas, mas pagam-se muitas taxas turísticas por aqui… É verdade, quer no alojamento, quer na restauração, podes contar em deixar mais uns euros.
    Cada cidade tem uma taxa turística, por exemplo, em La Spezia é de 2.50€, em Florença de 5€ e em Pisa 1€, tudo valores por pessoa e por noite. Assim sendo, a minha estadia de 101€ em La Spezia custou na verdade 91€, os restantes 10€ foram de taxa. 
    Este imposto em nada tem a ver com a tipologia do alojamento, tanto é que fiquei em apartamento, hotel e hostel durante esta viagem (sou muito versátil nestas coisas). Todas as reservas foram feitas pelo Booking e foi cobrado apenas o valor do aluguer, sendo que os montantes que aparecem nas pesquisas são os totais. Todas as taxas foram cobradas posteriormente no local. 
    Mas não ficamos por aqui... Na restauração também é cobrada uma taxa de serviço, o chamado “coperto”. Também varia de cidade para cidade e aqui só vais descobrir quanto é na hora de pagar a conta. Injusto, eu sei. Em alguns sítios paguei 2€, noutros 2.50€, não encontrei uma regra específica, nem mesmo por ser no interior ou na esplanada. Este valor não é aplicado em take away. 

Quando visitar

    Qualquer altura do ano é boa para ir até Itália! Quanto às Cinque Terre, a minha sugestão é meados de maio até início de junho e depois também em meados de setembro. Esta zona é muito popular tanto para os italianos como para os turistas estrangeiros. Podes não ter essa noção, mas as vilas são mesmo muito pequenas, ou seja, se for numa altura de maior procura turística, deve ser uma verdadeira enchente e não vais aproveitar como esperas. 
    Neste ponto tive muita sorte. Apesar de ser final de junho/início de julho, o turismo ainda se encontra a meio gás por causa da pandemia. 

Visitar Itália em tempos de pandemia
    
    Muita atenção neste ponto: as regras estão em constante mudança, pelo que te recomendo que consultes os sites oficiais do Governo italiano para teres a certeza quais as medidas de combate à pandemia que se encontram em vigor.
    No meu caso, que fui a 28 de junho (2021), tive de apresentar teste antigénio negativo com uma validade de 48h. Fiz o meu teste numa unidade móvel da Cruz Vermelha em Lisboa, pelo que foi gratuito.
    Para regressar a Portugal também tive de apresentar teste antigénio e fiz novamente na Cruz Vermelha, neste caso em Florença, também ele gratuito. 
    Já vai sendo possível fazer este tipo de teste de forma gratuita em muitos países. Faz uma pesquisa e tenta a tua sorte!
    Desde o dia 1 de julho que entrou em vigor o “Certificado Digital Covid da EU”, isto é um passaporte digital que confirma que estás vacinado, que tens um teste negativo à Covid-19 ou que recuperaste da doença há menos de 6 meses.

Não há como enganar, Itália é sempre uma excelente ideia :)




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