Passeios por Lisboa: Aqueduto das Águas Livres



    É impossível não ficar de olhar fixado sempre que passo pelo Aqueduto das Águas Livres. É daquelas obras que podem ser contempladas durante horas e nos fazem questionar como é que tamanha beleza foi construída. A verdade é que sempre que lá passava dizia que tinha de o ir conhecer mais de perto, mas nos dias em que pensava que atividade podia fazer, nunca me lembrava dele! Isto de estarmos confinados tanto tempo e de não podermos fazer planos muito ambiciosos, como quem diz, ir lá para fora, levou-me a priorizar aquilo que tenho mais perto de mim. No fundo, o importante é conhecer algo novo e isso até pode estar do outro lado da rua. Por agora tenho uma lista infindável de monumentos, localidades, aldeias e cidades que quero descobrir. O Aqueduto das Águas Livres foi o regresso à cultura. E que bem que soube este pequeno passeio :)


    O Aqueduto das Águas Livres é um dos monumentos mais impressionantes de Lisboa. Foi construído entre 1731 e 1799 com o objetivo de captar e transportar água, por força da gravidade. A Rota da Água, que liga 14km desde a nascente até à cidade, é composta por cinco pontos:

1. Aqueduto das Águas Livres
2. Reservatório da Mãe d’Água das Amoreiras
3. Galeria subterrânea do Loreto
4. Reservatório da Patriarcal
5. Estação Elevatória a Vapor dos Borbadinhos 


    Todos eles são possíveis de visitar, alguns até com visitas guiadas. Portanto, tenho aqui mais quatro pontos para explorar!



   À medida que a cidade foi crescendo, este aqueduto abasteceu um total de 58km dentro e fora de Lisboa, quer por galerias subterrâneas, quer por galerias elevadas e até chafarizes.


    O percurso é todo feito pela parte exterior, num total de cerca de 1km de caminhada. Tem apenas esta travessia interna, onde é possível ver o canal da água.


     As arcadas, compostas por catorze arcos em ogiva, são a parte mais emblemática do percurso. Atravessam Alcântara ao longo de 941m, atingindo uma altura máxima de 65m. Este ponto é chamado de “Arco Grande”, o maior arco ogival em pedra do mundo! Foi a parte mais difícil desta construção, mas também aquela que lhe permite destaque. Ainda que a altura seja considerável e se, tal como eu, não fores grande fã de ter os pés muito longe de terra firme, não te preocupes. Não há qualquer tipo de sensação de vertigens. Afinal, se nem o terramoto de 1755 aqui fez qualquer estrago, podes confiar à vontade que esta estrutura não mexe de forma nenhuma!


     Qualquer que seja a vista, Lisboa é sempre um encanto, mas confesso, não é, de longe, a melhor panorâmica da cidade. Assim como também acho que é de fora que se vê a imponência e magnitude deste aqueduto.



    Para teres esta vista impressionante basta ires até à ponte pedonal junto à Estação Ferroviária de Campolide. Caso estejas a circular com carro, dirige-te à rua Calçada da Estação. Existem dois lugares de estacionamento onde podes parar à vontade e fazer a tua sessão fotográfica.

Como visitar:

    O bilhete de entrada custa 4€ por adulto. Eu visitei num domingo, no final do mês, e não paguei. No entanto, segundo o site, apenas é gratuito no primeiro domingo de cada mês (tal como muitos monumentos e museus). 
     A visita leva cerca de 30 a 45 minutos, a um ritmo bastante lento.



Curiosidade:

     Este percurso esteve fechado ao público desde 1837, e assim permaneceu ao longo de várias décadas, em grande parte devido aos crimes praticados por Diogo Alves. Este era um criminoso, apelidado de “o Pancada”, que roubava as pessoas que por ali passavam e as atirava do aqueduto, simulando assim um suicídio. Ao que consta, foram mais de 70 o número de vítimas.
     Morreu enforcado em fevereiro de 1841, tendo sido um dos últimos condenados à pena de morte da História de Portugal.
     Após enforcado, a cabeça deste serial killer foi entregue a médicos para analisarem e investigarem o que poderia estar na origem de tal maldade. Ainda hoje permanece na Faculdade de Medicina de Lisboa, conservada em formol.


Segue as minhas aventuras no Instagram :)

Comentários